Xuxa comemorou a chegada dos seus 56 anos nessa quarta-feira (27) com a agenda cheia. Ela apresentou na noite de ontem a final do programa The Four Brasil, na Record, e inaugurou uma Universidade da Beleza de seu empreendimento de depilação Espaço Laser nesta quinta-feira (28), em São Paulo.
Durante o bate-papo, Xuxa abriu o coração e falou sobre assuntos como segurança em estar envelhecendo e os padrões de beleza atuais. "Desde os anos 80 estou usando a minha imagem, vi as mudança de beleza para as mulheres muito magras, depois mais cheinhas. Gosto da beleza natural, quando vejo minha filha, que acorda e tem uma beleza que parece que tem batom, cílios, acho isso mais bonito que do que uma pessoa que precisa se produzir para falar que está bonita, mas é questão de gosto. Estar bonita é se sentir bem, se o seu marido gosta de você daquele jeito e seu vizinho não, problema do vizinho" disparou ela.
Felicidade é o melhor cosmético?
"Quando a gente está feliz, temos um outro brilho na pele e no olhar. Falando de mim, sou uma pessoa muito cobrada, qualquer pessoa pública faz isso. O que me incomoda é a insatisfação das pessoas com a forma como levo isso. Estou velha e vou ficar cada vez mais velha, as pessoas vão me continuar vendo assim."
Contra plásticas?
"Não sou contra a absolutamente nada, não sou contra as pessoas que fazem plástica e se sentem felizes. Talvez algum dia, possa vir a fazer algum procedimento em coisas que me incomodem, mas odeio que as pessoas me cobrem o porque não coloquei botox, não coloquei porque não gosto, mas se sentir que preciso, vou fazer. Me incomoda muito a maneira que as pessoas não entendem como estou levando minha vida, não fumo, não bebo, não me drogo, nunca provei nenhum tipo de droga. Faço exercícios, não tão pesado porque estou velha. A gente tem que levantar uma bandeira, faça o que te faz feliz, é isso que eu falo."
Escravidão do cabelo
"Agora que raspei a cabeça vejo que é uma libertação enorme. Tanto cabelo, quanto pelo são coisas que a gente tem e exigem um cuidado. Antes gastava uma hora para arrumar o cabelo, hoje gasto meia hora. Estou até meio inchada hoje, porque acordei e vim. Me raspava dia sim e não, agora já não tenho mais esse problema. O que a gente puder fazer para se libertar, ganha tempo, ganha qualidade de vida, faço. Tenho pouco tempo para fazer isso, mas fazer ginástica me faz bem. Quando pego sol, não posso usar laser e minha dermatologista quer me matar, mas me faz bem. Estou numa certa idade que não preciso mais seguir alguns padrões, antes não podia cortar cabelo porque tinha uma boneca, a emissora não permitia, com 60 anos na cara faço o que eu quero, se o povo gostar beleza, se não gostar, sinto muito."
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Como se define hoje?
"Se puder me definir, sou uma vitoriosa. Santa Rosa, fronteira com Argentina, onde nasci, não tinha nem no mapa quando cheguei no Rio. Vim com o sonho de trabalhar e ser reconhecida, quando olho tudo que conquistei, me sinto assim. Falar quem é difícil, porque me vejo mais mãe do que profissional, sou uma mãe muito feliz, uma mulher muito amada. Aí fora tem pessoas que me seguem, cresceram comigo e estão aqui há 30 anos. Faço parte da vida das pessoas e essas pessoas fazem parte da minha vida por tudo que conquistei. O carinho das pessoas me fez diferente, sei que não sou igual a todo mundo e foi esse carinho que me fez ser assim".
Autoestima e confiança
"Sempre me achei esquisita, magrela, pernões, dentões, na época que comecei a ser modelo, falavam que eu era fotogênica, nunca fui bonita. Depois comecei na televisão e vi que as pessoas me seguiam, mas comecei a ficar escrava do jeito que as pessoas gostariam de me ver, ficava pensando em o que usar para agradar o meu público. Já mãe comecei a cuidar do meu interior porque queria criar minha filha e passar isso para ela, depois passei uma fase e pensei 'o que vier está bom'. Aí apareceu o Junno, que me acha linda carequinha ou de cabelo de calopsita, tenho a minha filha, que me acha linda, então está tudo bem. Nunca falei sobre isso, mas falo agora porque escuto as pessoas perguntando 'cadê a Xuxa dos anos 80?' Nunca mais vai existir, a Xuxa amiguinha não existe. Coloco peruca com chuquinha e botas para viver a memoria afetiva e lembrar, como se fosse um personagem, que sou eu naquela época, mas não vou sair daquele jeito dali. Em casa é camiseta, descalça, sem maquiagem. Antes ia chegar alguém, precisava me arrumar, mas isso já foi. Você não pode ter a obrigação de ser um personagem porque o mundo não vai te aceitar."
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Já sofreu repressão de namorado?
"Não esteticamente. Ouvi coisas como “você nunca vai ter isso ”e eu fiz questão de ter, não para ele, para mim, até porque ele nem ficou sabendo. Tem coisas que a gente ouve e não cai muito bem."
Junno depila?
"O Junno tem vergonha de depilar com mulher, porque alguns lugares que eu gostaria [que ele depilasse] a posição que fica não é muito agradável, mas ele fez no rosto. Ele é meio complicado, meio ogro, sabe? mas é uma coisa que eu quero muito."
Pensa em deixar a TV e virar só empresária?
"Vou ter que deixar a TV em algum momento, mas é bastante difícil me ver como empresária 100%. Teria que acreditar nas pessoas que estão comigo porque não entendo de números. Dependo de pessoas para lerem contratos porque não é uma área que eu domino, vou ler, reler e não vou entender. Não me preparei para ser empresária, para negociar. Já fui muito roubada, enganada e passada para trás na minha vida. As pessoas lembram do nome da Marlene quando falo isso, mas ela foi a pessoa que cuidou da minha vida, ela era minha empresária e fazia as coisas com o meu ok, mas maquiador, figurinista, muita gente me roubou, me usou. Não faço com as pessoas e achei que não faria comigo, mas eu mundo não é o mundo dos outros, meu mudo é colorido, tem duendes e não é esse o mundo do empresário. Gosto de dar minha imagem, minhas ideias, mas respirar isso não funcionaria.
E sobre seu contrato com a Record?
"Nada vai me prender, poderia fazer coisas pontuais para eles e não necessariamente ter um contrato, eles mesmos falam que o contrato não existe para eles. Daqui dois anos minha filha se forma, não sei o que ela vai fazer ou onde ela vai morar, quero ver o que vou fazer da minha vida porque quero estar próxima dela. Vou esperar a Sasha resolver a vida dela e eu resolvo a minha, se for necessário parar de fazer TV para ficar com ela, sim, se não, tudo bem."
Haters na Internet
"Se falam de mim, fico com dó da pessoa. Às vezes entro no perfil e vejo que a pessoa é tão mal amada, ou é fake, então já deleto. Mas quando falam da minha filha, como também falam da Bruna (Marquezine) me machuca bastante. As pessoas não tem o direito de chegar em uma menina de 20 anos e descascar o ódio, ou para uma menina de 22 anos como a Bruna, que trabalha desde cedo e dizer que não gosta do que ela faz ou fez, não concordo com pessoas que destilam o ódio dela. Faça isso com pessoas mais velhas como eu, Ivete, que vai tirar isso de letra, que é capaz até de xingar, ela dá uma aula de lição nas pessoas, mas não admito que façam isso com pessoas que estão começando."
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O que falta para a vida?
"Estou descobrindo uma maneira mais fácil, falta ainda ser avô. Falta ver a minha filha muito feliz com uma pessoa que ela goste, sei que ela está namorando, mas a gente não sabe se vai ser para sempre, né? Quero ainda trabalhar um pouco e, de repente, daqui dois ou três anos pegar uma carona com o Junno para viajar o mundo, fazer coisas que nunca fiz. Mas acho que cerejinha do bolo é ser avó, acho que as pessoas vão se surpreender com a maravilhosa avó babona que eu vou ser."
Ao final do evento, Xuxa ainda ganhou um bolo vegano feito especialmente para ela. Os presentes cantaram a música "Parabéns da Xuxa".