O atual governador do Piauí, Wellington Dias (PT), está oficialmente reeleito em primeiro turno. O resultado foi confirmado pelo TSE neste domingo (7), quando o candidato chegou a 55,65% dos votos válidos. Dias acompanha a contagem dos votos na sede da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef). Veja aqui a apuração completa.
Esse será o quarto mandato do petista como governador do estado, que governou o estado de 2002 a 2010 e foi eleito governador pela terceira vez em 2014.
Com 100% das urnas apuradas, Dias teve 966.469 votos, contra 355.792 de Dr. Pessoa (Solidariedade). Em terceiro estava Luciano (PSDB), com 300.549 votos.
Veja o resultado da apuração: em todo o estado; por cidade; por zona eleitoral
"Não foi nada fácil. Eu como alguém que na verdade, não é estratégia de eleição, creio muito em Deus. Grandes feitos que aconteceram, milagres verdadeiros neste período, agradeço como sempre a minha família, a minha querida vice-governadora Regina Sousa, que esteve comigo nessa caminhada. Agradeço aqui aos meus companheiros de chapa majoritária, o Ciro Nogueira e Marcelo Castro. Agradeço a cada um dos candidatos e candidatas que colocaram também os seus nomes, o resultado das eleições é fruto de muito trabalho, de muita gente, de cada município os seus líderes eu quero estreitar uma relação muito intensa com todos eles. Agradecer também a militância, que em cada lugar sustentaram a nossa bandeira. Eu devo dizer que é um novo mandato, ele não tem nexo com o que fizemos no primeiro, no segundo e terceiro, embora seja uma nova etapa, que tem como objetivo que aquilo que eu ousei escrever em 2002: 'é possível em 2022, pode ser até antes, nós alcançamos o Piauí como estado desenvolvido'. Para isso é claro, que os compromissos é conjunto de ações, não há uma obra só, conjunto de ações para qualidade de vida, na educação, e um conjunto para uma economia forte abrindo oportunidades de geração de emprego", declarou Wellington Dias durante discurso de vitória.
Histórico
Formado em Letras pela UFPI (1982) e especializado em Políticas Públicas e Governo pela UFRJ (1998), recentemente concluiu a especialização em Gestão Pública em Harvard. Como bancário, Wellington trabalhou no Banco do Nordeste do Brasil, Banco do Estado do Piauí e Caixa Econômica Federal, da qual é funcionário de carreira. A militância política começou em 1985, quando, aos 29 anos, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores.
Em 1992, foi eleito vereador de Teresina. Em 1994, elegeu-se deputado estadual e chegou à presidência do diretório regional do PT, onde ficou de 1995 a 1997. Em 1996, foi candidato a vice-prefeito de Teresina, na chapa de Nazareno Fonteles. Em 1998, foi o primeiro deputado federal eleito pelo PT no Piauí. No ano 2000, se candidatou a prefeito de Teresina junto com Francisca Trindade como companheira de chapa.
Em 2002, candidato ao governo do estado, Wellington foi eleito no primeiro turno pela coligação “A Vitória que o Povo Quer”. Em 2006 voltou a disputar o cargo no executivo estadual e foi reeleito com 61,7% do total, obtendo 266.579 votos a mais do que na sua primeira disputa para governador. Em 2010, Wellington se afastou do cargo para concorrer ao Senado Federal e foi eleito com 997.513 votos. Em 2014, Wellington se candidatou novamente ao governo e foi eleito com 1.053.342 votos.
Campanha
A exemplo das outras três eleições em que concorreu para o governo do estado, Wellington venceu no primeiro turno e garantiu sua permanência no Palácio de Karnak por mais quatro anos sem passar pelo segundo turno. Durante toda a campanha o petista foi alvo dos seus principais adversários, Dr. Pessoa (Solidariedade), Luciano (PSDB) e Elmano Ferrer (Podemos), que aproveitaram para trazer à tona alguns fatos polêmicos da sua gestão.
Dentre eles, foram citados as operações Topique, em que 23 pessoas foram presas pela Polícia Federal por suspeita de fraude em licitações do transporte escolar; Itaorna, em que houve constatação de fraudes com recursos do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) I e II, repassados pela Caixa Econômica Federal ao governo do estado do Piauí e liberados em forma de empréstimo.
E ainda a Operação Natureza, em que sete pessoas foram presas por desvio de recursos públicos no valor de R$ 3.129.236,04. Entre elas, um superintendente de meio ambiente, servidores públicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (Semar) e empresários. O governador chegou a questionar as operações e o procurador geral Cleandro Moura, do Ministério Público do Piauí, afirmou que elas ocorreram de forma legal.
Em entrevista à TV Clube, Wellington Dias disse que nenhuma denúncia de irregularidade apontada pelas operações havia sido julgada, e portanto nenhuma acusação teria sido de fato provada. “A Constituição Brasileira, que eu ajudei aqui, rompendo a ditadura militar que o Brasil teve, ela fala da presunção da inocência. Ninguém é condenado enquanto não tiver uma sentença transitada em julgado”, afirmou o petista.