Sem incluir estados e municípios, o relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara Federal, deputado Samuel Moreira, apresentou, nessa terça-feira (2), a versão final do seu parecer. Ele manteve grande parte das alterações feitas na primeira versão do relatório e atendeu a mais alguns pedidos de mudança no texto. A leitura começou por volta das 18h30, uma hora e meia após o início da sessão, e terminou às 19h.
Para o governador Wellington Dias, a decisão é prejudicial ao país. “O Brasil tem uma Constituição que traz um regramento nas principais colunas para a área da Previdência, mas agora vai seguir com centenas de previdências, ou seja, temos uma reforma que é apenas para a Previdência da União e para o INSS. Os sistemas de previdências dos estados e dos municípios vão prosseguir. Estou falando de cerca de 3 mil planos diferentes e o resultado é que o Brasil perde, pois se queremos acabar com privilégios no país há a necessidade de ter um regramento único para o sistema geral. Infelizmente temos uma meia reforma, que deixa um problema de R$100 bilhões, que é o déficit de Estados e Municípios”, lamentou o chefe do Executivo piauiense.
Wellington ressaltou o papel dos governadores, em especial os do nordeste, para impedir diversos retrocessos. “Dialogamos com partidos e bancadas, sempre pensando no Brasil, pois entendemos que, independentemente de quem é governo ou oposição, é necessário encontrar uma posição em prol do país e, como vemos, não é esse o desejo expresso no relatório. Ainda assim, lutamos firmemente para retirar do texto os trabalhadores e trabalhadoras rurais, pessoas com deficiência, segmentos de baixa renda e beneficiários do BPC. Todos teriam cortes na renda, mas todas as alterações negativas propostas pelo governo foram excluídas, o que é uma importante vitória”, disse Dias.
Autoria: Lorenna Costa