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Venda da indústria para o exterior não retorna ao nível pré-crise global

Publicada em 17 de Julho de 2014 �s 07h22


 Imagem: Clique para ampliar  As exportações brasileiras de bens industriais ainda estão distantes do seu ápice, atingido no primeiro semestre de 2008, antes de a quebra do banco americano Lehman Brothers detonar a crise financeira global. A diferença nas exportações desses produtos é significativa tanto no volume vendido quanto nos valores obtidos com os embarques. saiba mais Mesmo com inflação acima da meta, BC deve manter juro nesta 4ª Banco brasileiro é o terceiro do mundo em lucro e lidera ineficiência Investimento estrangeiro no Brasil caiu 1,9% em 2013 Mercado financeiro reduz previsão de alta do PIB de 2014 para 1,24% Para Economist, Brasil melhora e passa de Belíndia para ‘Italordânia’ Leia mais sobre Economia brasileira Até junho deste ano, foram exportados 21,8 milhões de toneladas de manufaturados, os bens de maior valor agregado produzidos pela indústria, o que rendeu US$ 38,1 bilhões em vendas. Nos primeiros seis meses de 2008, as vendas do Brasil com essas mercadorias somaram US$ 44 bilhões (25,2 milhões de toneladas). Em valores, o resultado obtido nos primeiros seis meses deste ano é 13% inferior ao obtido seis anos atrás. Os embarques da indústria caíram de forma expressiva no início de 2009, seguindo a retração das principais economias do mundo. Desde então, o volume de vendas não voltou ao patamar pré-crise. Para piorar, a exportação destes bens na primeira metade de 2014 ficou aquém da registrada no ano passado, uma redução de 4% no total de toneladas vendidas. "O volume é um indicador que poucos olham, mas importante na compreensão do momento vivido pela indústria. Consegue-se ver a quantidade exportada de um bem", diz Carlos Abijoadi, diretor da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O Brasil foi um dos primeiros países a sair da crise, com a retomada do crescimento econômico no segundo trimestre de 2009. Para que isso ocorresse, o governo incentivou o consumo interno. Foram aplicadas medidas "contracíclicas", permitindo o aumento do crédito disponível às famílias. A indústria voltou-se, assim, para o mercado doméstico. Tal receita ajudou o empresariado a recuperar-se mais rapidamente, mas trouxe efeitos indesejados, como o aumento dos preços. A inflação de matérias-primas e o real valorizado, que torna os produtos brasileiros mais caros em dólar, fizeram com que a indústria sofresse mais dificuldades para colocar seus produtos no exterior. A balança de manufaturados até junho, que mostra a diferença entre a exportação e a importação destes bens, ficou negativa em US$ 56 bilhões, mais de três vezes o verificado na primeira metade de 2008. Vendeu-se menos ao estrangeiro, enquanto as compras do exterior subiram. "O crescimento da economia nos anos que se seguiram à crise não foi apropriado pela indústria nacional, mas pelos importados", diz Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e sócio da consultoria BarralMJorge. SALDO Por causa do fraco desempenho dos manufaturados, a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) revisou para baixo nesta terça (15) sua estimativa para as exportações do país em 2014. A projeção agora é de saldo comercial de US$ 600 milhões ao fim do ano, ante os US$ 2,6 bilhões registrados em 2013. Em dezembro do ano passado, a AEB havia projetado saldo positivo no comércio exterior de US$ 7,7 bilhões para 2014. O governo segue mais otimista. O Banco Central, por enquanto, estima superavit de US$ 5 bilhões.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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