Veja os motivos que levaram o Brasil a se tornar uma pot�ncia paral�mpica

Publicada em 11 de Setembro de 2012 �s 19h30

Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos comemoram a medalha de ouro na bocha Imagem: Getty ImagesClique para ampliarDirceu Pinto e Eliseu dos Santos comemoram a medalha de ouro na bochaO Brasil encerrou a participa��o nas Paralimp�adas de Londres com uma campanha hist�rica. Foram 21 ouros, 14 pratas e oito bronzes, que resultaram na in�dita s�tima coloca��o no quadro geral de medalhas. Mas por que, ao contr�rio dos Jogos Ol�mpicos, o pa�s est� lado a lado dos melhores do mundo nas modalidades praticadas por deficientes? Investimentos no alto rendimento O Brasil nunca investiu tanto nos atletas paral�mpicos. Somente no �ltimo ciclo, os gastos voltados para atletas com defici�ncia pularam de R$ 77 milh�es para R$ 165 milh�es. A verba � originada da Lei Piva, Lei de Incentivo ao Esporte, apoio dos governos estaduais e patroc�nios. saiba mais Zanardi vence mais uma e conquista segundo ouro no ciclismo Jogos Paral�mpicos ter� recorde de participantes e espectadores Atletas paral�mpicos do Brasil viajam hoje para a Inglaterra Leia mais sobre Jogos Paral�mpicos “Tivemos novos programas, como o Projeto Ouro. Escolhemos 15 atletas realizando uma prepara��o individualizada com cada um, cedendo equipe t�cnica pr�pria, contratando sparrings e coisas do tipo. Al�m do pagamento fixo de bolsa-aux�lio e tudo mais”, comentou o presidente do CPB (Comit� Paral�mpico Brasileiro), Andrew Parsons, ao citar um dos projetos de incentivo. O problema � que, a exemplo do que acontece nas modalidades ol�mpicas, os investimentos ainda est�o muito centralizados no alto rendimento. Com isso, a revela��o de atletas nas equipes de base fica comprometida. Atualmente, ela est� presa a torneios escolares e � atua��o de “olheiros” � procura de novos talentos. Grande popula��o de deficientes no pa�s De acordo com pesquisa feita pela OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de), o Brasil conta com quase 20 milh�es de pessoas com algum tipo de defici�ncia. O n�mero � superior a popula��es inteiras de pa�ses como Chile e Holanda, o que aumenta o potencial de revela��o de atletas. Outro levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica) aponta que a popula��o ultrapassa os 45 milh�es. Entretanto, a estimativa n�o � t�o aceita no �mbito esportivo devido aos crit�rios mais brandos sobre defici�ncia adotados pela entidade. Restri��es sociais e preconceito no mercado de trabalho Apesar de ser uma pot�ncia paral�mpica, o Brasil � um pa�s bem limitado em rela��o �s condi��es dadas aos deficientes de maneira geral. Os problemas v�o desde o preconceito social at� � falta de inclus�o no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, um levantamento do Minist�rio da Educa��o apontou que existem apenas 12 mil alunos com defici�ncia cursando o Ensino Superior no Brasil: nada mais do que 0,2% dos seis milh�es de estudantes universit�rios do pa�s. Como consequ�ncia, muitos deficientes encaram o esporte como �nico projeto de carreira. “O deficiente no Brasil praticamente n�o tem acesso aos direitos b�sicos de cidadania. O esporte �s vezes � um meio de reabilita��o � vida comunit�ria, mas isso tamb�m gera um grande problema, pois o atleta fica sem acesso � educa��o. � diferente de pa�ses como Estados Unidos, onde ele pode conciliar os treinamentos com os estudos. Aqui, n�o existe este tipo de oportunidade”, ressaltou Teresa Costa d"Amaral fundadora do IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Defici�ncia). Cria��o de �dolos paral�mpicos Desde Sydney-2000, o desempenho do Brasil nas Paralimp�adas � superior ao dos Jogos Ol�mpicos. Desta forma, o pa�s conseguiu lan�ar uma s�rie de �dolos que ajudaram a incentivar a pr�tica esportiva dos deficientes. N�o existem levantamentos realizados sobre o n�mero de praticantes das modalidades no pa�s por conta aos diferentes crit�rios adotados sobre cada defici�ncia, mas a estimativa � que o n�mero tenha dobrado somente na �ltima d�cada. “O bom desempenho geral do Brasil nas Paralimp�adas gera �dolos e s�o eles que inspiram os novos atletas. Os meninos olham para nomes como Ant�nio Ten�rio e Clodoaldo Silva e sonham em praticar o esporte no alto rendimento”, destacou Andrew Parsons.

� Siga-nos no Twitter

Tags:

Fonte: Vooz �|� Publicado por:

Comente atrav�s do Facebook

Mat�rias Relacionadas