Universal burlou licen�a de templo, diz parecer

Publicada em 30 de Julho de 2014 �s 11h10

Nova sede da Igreja Universal, conhecida como Templo de Salomão, construída no Brás, em São Paulo A Igreja Universal usou informa��es falsas para burlar a legisla��o municipal e, assim, construir a nova sede conhecida como o Templo de Salom�o, segundo parecer t�cnico apresentado � Prefeitura de S�o Paulo. De acordo com documentos anexados ao processo de licenciamento obtidos pelo jornal Folha de S�o Paulo, a igreja apresentou, em 2006, pedido de reforma de pr�dio que havia sido demolido ao menos dois anos antes. O templo ser� inaugurado nesta quinta-feira (31) com a presen�a, dentre outras autoridades, da presidente Dilma Rousseff (PT). As irregularidades apontadas pela CTLU, uma comiss�o independente destinada a avaliar autoriza��es da prefeitura, foram ignoradas pelo munic�pio e a constru��o, aprovada com a ajuda de decis�es do ex-diretor da prefeitura Hussain Aref Saab. O ex-diretor, que comandava o Aprov (departamento municipal que liberava constru��es), � suspeito de comandar esquema de corrup��o na aprova��o de obras na capital, na gest�o Gilberto Kassab (PSD). As informa��es apontadas como falsas na comiss�o foram detectadas em 2006 quando a igreja pediu autoriza��o � prefeitura para levantar o templo na regi�o do Br�s. A sede suntuosa custou R$ 680 milh�es, segundo a Universal, e ter� 74 mil metros quadrados de �rea constru�da (3,2 vezes maior a Bas�lica de Aparecida). A igreja afirmou na �poca que queria reformar um grupo de im�veis e, entre eles, uma f�brica constru�da em uma �rea superior a 18 mil metros quadrados. Como o terreno est� localizado numa �rea especial de interesse social, chamada de Zeis, uma constru��o nova em �reas demolidas acima de 500 m� obrigaria a igreja a destinar 40% do terreno para moradias populares. J� em casos de reforma, n�o h� essa exig�ncia legal. FOTOS A�REAS O arquiteto Eduardo Nobre, representante da USP na comiss�o t�cnica pediu para analisar o pedido por achar, segundo ele, "algo estranho". O pr�prio arquiteto visitou a suposta reforma e descobriu que a f�brica fora demolida, diferentemente do que dizia o processo. Havia um terreno vazio, usado como estacionamento. Em sua defesa, a Universal apresentou documentos dizendo que o pr�dio havia sido adquirido em 2005 "com toda edifica��o aprovada e existente no local". Imagem: Avener Prado/FolhapressNova sede da Igreja Universal, conhecida como Templo de Salom�o, constru�da no Br�s, em S�o Paulo Disse, por�m, que o im�vel foi demolido depois de 2006 quando engenheiro detectou que o pr�dio estava condenado. "Decidimos, ent�o, pela demoli��o parcial em face dos riscos apontados pelo engenheiro", diz trecho do documento. Nobre recorreu, ent�o, aos arquivos da prefeitura e encontrou fotos a�reas feitas entre 2003 e 2004 que registravam o pr�dio j� demolido. Al�m disso, o parecer de Nobre mencionou que o patrim�nio cultural demonstrou, em 2004, interesse em tombar tal f�brica, mas n�o conseguiu preserv�-la porque ela foi derrubada antes. Apesar dos ind�cios de fraude apresentados pelo arquiteto, a reforma foi aprovada na comiss�o ap�s parecer da principal assessora de Aref no Aprov, L�cia de Sousa Machado. Procurado pela Folha de S�o Paulo, o Minist�rio P�blico disse considerar o caso grav�ssimo, com fortes ind�cios de fraude, e pass�vel de uma a��o demolit�ria contra o templo. De acordo com o promotor Maur�cio Ribeiro Lopes, o fato de a CTLU ter aprovado a reforma n�o afasta a ilegalidade do ato.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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