Um ano ap�s a morte, Chor�o �

Um ano ap�s a morte, Chor�o � alvo de processos e disputa por bens.

Publicada em 06 de Março de 2014 �s 08h14

�Um ano ap�s a morte de Chor�o, processos na Justi�a de S�o Paulo ainda envolvem o nome do cantor do Charlie Brown Jr na disputa pela heran�a, travada entre o filho e a vi�va, e em antigas brigas com outros m�sicos. Uma agress�o de Chor�o a Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, em 2004, e supostos insultos a Pinguim, ex-baterista do Charlie Brown, em 2009, s�o temas de a��es at� hoje n�o finalizadas.

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Chor�o foi encontrado morto no dia 6 de mar�o de 2013, em seu apartamento na Zona Oeste de S�o Paulo. Exame do IML (Instituto M�dico Legal) apontou overdose de coca�na.
Filho x vi�va
O processo de invent�rio do cantor corre em segredo de Justi�a. Um agravo de instrumento, recurso originado dessa a��o, no entanto, teve informa��es divulgadas publicamente no Di�rio Oficial de S�o Paulo. O recurso indica uma disputa entre a vi�va, Graziela Maria Xavier Gon�alves Abr�o, e o filho do cantor com a primeira mulher, Alexandre Ferreira Lima Abr�o.

No dia 29 de novembro de 2013, uma decis�o registrada no Di�rio Oficial mostra que Graziela contestou a indica��o de Alexandre como herdeiro �nico dos bens do pai. O desembargador negou o recurso de Graziela e manteve apenas o filho como sucessor leg�timo dos bens. A justificativa foi de que Graziela e Chor�o eram casados em separa��o de bens. O G1 procurou Graziela para saber se ela ainda pretende reverter a situa��o, mas ela n�o comentou o assunto. Alexandre tamb�m n�o quis falar sobre o tema.

Chor�o x Los Hermanos
Dez anos depois que Chor�o deu uma cabe�ada no nariz e um soco no olho esquerdo de Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, a desaven�a continua na Justi�a, com algumas reviravoltas. Em julho de 2004, durante voo para Teresina, o l�der do Charlie Brown Jr. reclamou de cr�ticas dos Los Hermanos na imprensa. No aeroporto de Fortaleza, aconteceu a agress�o a Camelo. Chor�o alegou que tamb�m foi amea�ado e agredido.

Hoje, os advogados de Chor�o cobram os m�sicos dos Los Hermanos pelo pagamento dos custos de um processo sobre o caso, no qual o cantor teve vit�ria antes de morrer, e que ainda est� aberto.
Camelo e a banda entraram com pelo menos duas a��es contra Chor�o. A primeira foi na Justi�a do Rio, por danos morais e materiais. Camelo pediu R$ 250 mil, mais R$ 7.560,76 de despesa m�dica. No segundo processo, no Tribunal de Justi�a de SP, a banda pediu R$ 43 mil para compensar cach�s perdidos de dois shows desmarcados por causa da cirurgia.

A acusa��o disse que a agress�o causou “s�rio dano � imagem do autor (...) cuja preocupa��o � passar para seu p�blico, constitu�do na sua maioria de jovens, uma mensagem de paz e harmonia". Para dar um exemplo da "paz" de Camelo, foi citado no processo a letra da m�sica "O vencedor": 'Eu que j� n�o sou assim / Muito de ganhar / Junto as m�os ao meu redor / Fa�o o melhor que sou capaz / S� para viver em paz'".
A primeira decis�o deu vit�ria ao autor de “O vencedor”, mas diminuiu a indeniza��o para R$ 10 mil, mais o custo do tratamento. Chor�o recorreu e teve dois triunfos: reduzir a pena para R$ 2,5 mil e metade das despesas, e a declara��o de culpa concorrente – ou seja, de que os dois causaram a briga. A decis�o foi do desembargador Bernardo Garcez. Chor�o pagou os cerca de R$ 6,3 mil reais em 2008, diz ao G1 o advogado que representou o l�der do Charlie Brown Jr., Maur�cio Cury.

Advogados de Camelo alegaram que Garcez n�o deveria ter julgado a a��o, pois foi r�u na �poca em caso parecido. Ele era acusado de acertar o juiz Gabriel Z�firo com os mesmos golpes do caso de Chor�o: um soco e uma cabe�ada. A briga no Rio foi tema de mat�ria de abril de 2004, de "O Globo", com t�tulo "Os pitboys do Judici�rio". "� completamente incab�vel que um julgador tenha como rea��o de um ato uma agress�o f�sica, ser r�u em uma a��o indenizat�ria em virtude dessa agress�o e ainda assim julgar em grau de recurso caso semelhante", disse a parte de Camelo. Mas a decis�o foi mantida.
A decis�o no Rio de que a briga foi causada pelos dois m�sicos, n�o s� por Chor�o, ajudou o cantor do Charlie Brown Jr. a evitar a indeniza��o em SP. Al�m disso, a produtora dos Los Hermanos, Amor e Folia, teve problemas para apresentar documentos como representante da banda. Com isso, a indeniza��o foi negada.
At� sua morte, Chor�o tentava cobrar dos m�sicos da banda de Camelo os honor�rios do processo, de R$ 7.171,92. Cury diz que o valor corrigido chega a R$ 12.127,84, e ainda n�o foi pago – o dinheiro vai para o escrit�rio de advocacia. Procurados pelo G1, m�sicos dos Los Hermanos n�o comentaram o caso.

Pinguim x Chor�o

No dia 4 de mar�o de 2013, foi marcada para maio uma audi�ncia de concilia��o para tentar resolver um processo de danos morais de R$ 500 mil, do baterista Andr� Lu�s Ruas, o Pinguim, contra Chor�o. O cantor morreu dois dias depois. Com isso, o pedido de indeniza��o continua aberto.
Pinguim tocou no Charlie Brown Jr. entre 2005 e 2008. A a��o por danos morais foi aberta ap�s um show em 2009, em que Chor�o teria ofendido Pinguim. Segundo a acusa��o, o cantor “teria proferido palavras de baixo cal�o em raz�o de uma a��o trabalhista ajuizada pelo autor, que alegou ter sua honra ofendida e sua moral abalada. A declara��o teria sido gravada e amplamente divulgada em rede social.” Clique para ver v�deo no YouTube em que Chor�o xinga o ex-membro que processou a banda.

A a��o trabalhista foi aberta em 2008. Ele pedia R$ 3,9 milh�es por considerar que tinha direitos de v�nculo empregat�cio enquanto tocou na banda. Ele alegava tamb�m "insalubridade" no trabalho, por shows com som alto, que pode causar danos auditivos. O juiz considerou que n�o havia v�nculo de emprego e Pinguim perdeu a a��o em 2010.
Procurado pelo G1, Pinguim n�o comentou a a��o trabalhista perdida nem o processo por danos morais, ainda aberto. Ele apenas se limitou a declarar que "foi um momento ruim em nossas vidas, quero s� me lembrar dos momentos felizes e das coisas boas que fizemos". Atualmente, ele toca na banda Conex�o Baixada.
A a��o de danos morais ainda est� aberta em Santos (SP). Em um caso como esse, em que o r�u de uma a��o por danos morais morre antes do julgamento, a acusa��o pode pedir para reservar a parte de indeniza��o da heran�a. O valor fica congelado e, em caso de vit�ria no processo, � liberado. Com a a��o da heran�a em segredo de Justi�a, n�o � poss�vel confirmar se o baterista pediu a reserva, explica ao G1 Silvia Vassilieff, advogada especializada em direito de fam�lia e sucess�es.
A decis�o mais recente sobre o caso divulgada pela Justi�a, em novembro de 2013, foi de “aguardar regulariza��o da representa��o do esp�lio”, que depende da disputa entre o filho e a vi�va de Chor�o.

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Fonte: G1 �|� Publicado por: Da Reda��o

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