Publicada em 09 de Junho de 2016 �s 15h54
Educação, gênero e sexualidade, homofobia, inclusão e igualdade social da população LGBT: tudo isso foi discutido nesta quarta (8) durante o Aulão da Diversidade, atividade que fechou o primeiro dia de programação da 12° Semana da Diversidade “Direitos: a gente quer inteiro e não pela metade”, na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). O evento ocorreu no Centro de Ciências da Saúde da IES, das 14h30 às 17h, com a presença de estudantes, professores e militantes do movimento LGBT.
O Aulão foi uma proposta da Liga LGBT da Uespi, que está apoiando a Semana da Diversidade. O objetivo da atividade foi propor um espaço para o debate com a comunidade sobre a realidade enfrentada por gays, lésbicas, transexuais e bissexuais no Brasil e no mundo. Faltam políticas públicas que garantam a igualdade da população LGBT perante os outros entes sociais e que, principalmente, resolvam o problema da violência contra esta população. Tal violência vem crescendo de forma alarmante, como demonstrou em sua palestra a profa. Dra. Andréa Rufino, pesquisadora do Núcleo Corpo e Sexualidades da Uespi e professora colaboradora da Liga, uma das palestrantes do evento.
Andréa exibiu dados sobre a homofobia no Brasil, a partir de levantamentos feitos por instituições governamentais como a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, os quais comprovam a necessidade de adoção de medidas eficazes que venham resolver o problema e não apenas minimizá-lo. “O objetivo é inquietar as pessoas mostrando o impacto dessa violência aos homossexuais”, ponderou.
De acordo com o levantamento da Secretaria da Presidência, através de denúncias, e mostrado no Aulão, cerca de 4.851 gays, lésbicas, travestis e transexuais foram vítimas de crimes no Brasil entre 2011 e 2012. Segundo a professora, há uma inércia da justiça em tipificar muitos desses casos de crimes contra a população LGBT como crimes de ódio, fato que para ela invisibiliza os homossexuais. “Quando o judiciário não tipifica o homicídio de um gay como crime de ódio, como homofobia, invisibiliza os homossexuais, apaga os sujeitos, nega existências e precariza a vida”, acrescentou Andréa Rufino.
A programação do evento ainda contou com uma explanação sobre educação, gênero e sexualidade nos âmbitos escolar, social e político. A responsável por falar sobre o assunto foi a profa. Ma. do curso de Comunicação Social da Uespi e pesquisadora do grupo Sexgen, Clarissa Carvalho. A programação do primeiro dia de atividades da 12° Semana da Diversidade na Uespi foi encerrada com um talk show realizado pelo Katias Coletivas, grupo que busca instigar o diálogo e a reflexão sobre identidade de gênero e orientação sexual no universo acadêmico e sociedade em geral.