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Ucrânia anuncia acordo prelimi

Ucrânia anuncia acordo preliminar para encerrar crise política.

Publicada em 21 de Fevereiro de 2014 �s 07h22


 O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, líderes da oposição, Rússia e a União Europeia (UE) alinhavaram, nesta sexta sexta-feira (21), após uma longa reunião, um acordo preliminar para por fim à pior crise política no país, anunciou a Presidência ucraniana em comunicado.

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Não há ainda, porém, informações oficiais sobre os detalhes do acordo.
Os termos serão conhecidos nesta sexta.
A AFP havia informado anteriormente que Yanukovich estaria propenso a aceitar a proposta internacional de antecipar eleições. Segundo a AFP, a informação é do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, um dos negociadores da paz no país.
A TV ucraniana informou que acordo alinhavado prevê eleições antecipadas em dezembro de 2014, formação de um governo de coalizão e reforma constitucional.
Um diplomata europeu disse à agência Reuters que o acordo prevê reformar a constituição até setembro. Segundo ele, a oposição ainda quer alterar detalhes do plano.
O país mergulhou numa onda de manifestações depois que o governo de Yanukovich desistiu de assinar, em 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação política com a UE, alegando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, principal aliada ucraniana.
Os protestos levaram a inúmeros confrontos que já deixaram ao menos 75 mortos em Kiev só nas últimas 24 horas.

A antecipação das eleições teria sido negociada com três chanceleres europeus que realizam uma mediação entre o governo ucraniano e a oposição: o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, e seus colegas alemão, Frank-Walter Steinmeier, e polonês, Radoslaw Sikorski.
"Foi decidido com Yanukovich a realização de eleições presidenciais e parlamentares este ano e a formação de um governo de união nacional nos próximos dez dias para mudar a constituição até o verão" (inverno, no hemisfério sul), disse o premiê polonês, Donald Tusk.
O ministro das Relações Exteriores da França, no entanto, não confirmou que a crise está sob controle. Ele alertou que os líderes da oposição precisavam de tempo para consultar suas bases. "A oposição quer consultar alguns de seus membros, o que é totalmente compreensível", disse Laurent Fabius, em uma entrevista ao vivo à rádio Europe 1. "É importante manter-se muito cauteloso."

A pressão aumentou quando Alemanha, Estados Unidos e Rússia se pronunciaram por "uma solução política" para a crise, que está criando uma tensão digna da Guerra Fria entre Moscou e os governos ocidentais. "É preciso cessar o banho de sangue", assinalou um comunicado difundido por Berlim.
A violência tomou conta da Ucrânia na quinta-feira (20), com pelo menos 100 mortos em Kiev, segundo a oposição. O ministério da Saúde comunicou 75 óbitos desde terça (18).
O ministério do Interior informou a morte de três policiais nesta quinta, que se somam aos dez agentes mortos nos dois dias anteriores. Em Lviv (oeste), os corpos de dois policiais foram encontrados numa base policial queimada, anunciaram as autoridades locais.

Confrontos
Armados com bastões, escudos com pregos, pedras e coquetéis molotov, centenas de manifestantes radicais enfrentaram a Polícia de Choque Berkut, que revidou com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Mas, segundo testemunhas, atiradores estavam posicionados nos altos dos prédios com fuzis.
O ministério do Interior reconheceu, posteriormente, que agentes dispararam com munição convencional, alegando que estavam protegendo suas vidas. Os disparos procederam tanto de policiais no solo quanto de agentes posicionados em prédios.
Imagens exibidas por uma rede de televisão ucraniana mostraram homens armados com fuzis, aparentemente integrantes das forças de segurança. Um deles abre fogo contra um alvo não identificado, no centro de Kiev.
"Os manifestantes foram mortos de maneira muito profissional por atiradores emboscados que atingiam as vítimas no coração, na cabeça ou na carótida", afirmou a médica Olga Bogomolets, entrevistada pela rede Kanal 5.
Após uma trégua nos confrontos, manifestantes reforçaram as barricadas no centro da cidade com tapumes e pneus, e garrafas vazias foram levadas para serem transformadas em coquetéis molotov.
Guerra Civil
"O pior cenário que podíamos prever, o de uma guerra civil, infelizmente é muito real", declarou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. "Mas a experiência nos mostrou que os compromissos assumidos pela administração ucraniana raramente são respeitados", ressaltou.
Enquanto isso, outros ministros das Relações Exteriores da UE, reunidos em Bruxelas, aumentaram a pressão, decidindo cancelar os vistos e de congelar os bens de autoridades ucranianas.
Depois que a crise na Ucrânia atingiu o auge, a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente americano, Barack Obama, e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone para discutir uma solução que acabe com o derramamento de sangue. Os três "concordaram que é preciso encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia o mais rápido possível", indicou o governo alemão.
A Casa Branca se disse "escandalizada" com os ataques a tiros das forças de segurança contra os manifestantes na Ucrânia, e novamente exortou o presidente Viktor Yanukovytch a retirar os policiais do centro da capital.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, advertiu Yanukovich que Washington adotará sanções se funcionários do governo ucraniano ordenarem disparos contra os manifestantes opositores.
Biden falou com o líder ucraniano por telefone e "deixou claro que os EUA estão preparados para aplicar sanções contra os funcionários responsáveis pela violência".
Enquanto especialistas consideram que a Rússia é fundamental para que a crise seja solucionada, Moscou tem mantido uma posição muito firme. O premiê Dimitri Medvedev explicou que seu país vai cooperar apenas com um poder que não aceita ser um "capacho".
Risco
A agência de classificação financeira Standard & Poor's rebaixou nesta sexta-feira a nota da Ucrânia após a violência dos últimos dias, que pode prejudicar o apoio financeiro russo e a solvência do país.
A nota da Ucrânia caiu para CCC, que corresponde a um país próximo da falta de pagamento. A perspectiva é negativa, o que significa que a agência pode rebaixar novamente a classificação a curto ou médio prazo.
Tags: Ucrânia anuncia acor - O presidente da Ucrâ

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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