WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, promulgou na tarde desta sexta-feira o pacote de estímulos para ajudar empresas e o povo americano a superarem a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Trata-se do maior plano emergencial da História do país, com a liberação de US$ 2 trilhões para gastos emergenciais que incluem pagamentos diretos para a população e fundos bilionários para diversos setores da economia.
— Eu quero agradecer democratas e republicanos por se unires e colocarem a América em primeiro lugar — afirmou o presidente.
A assinatura do presidente aconteceu poucas horas após a aprovação do texto na Câmara dos Representantes, também nesta sexta-feira. Após contornar crise provocada pelo republicano Thomas Massie, do Kentucky, que pediu votação presencial apesar de muitos parlamentares estarem isolados em seus estados por causa da epidemia, os deputados aprovaram o pacote, que passou pelo Senado por unanimidade na madrugada de quinta-feira.
Este é o maior pacote de estímulo da História dos EUA. Entre as medidas previstas está o envio de dinheiro diretamente para mais de 150 milhões de americanos, que receberão US$ 1.200, mais US$ 500 por filho, com limite de US$ 3 mil por família. Os benefícios do seguro-desemprego serão ampliados em US$ 600 semanais, por quatro meses.
Inclui também um fundo de US$ 500 bilhões para ajudar indústrias afetadas e US$ 350 bilhões para empréstimos a pequenas empresas, US$ 250 bilhões para auxílio-desemprego e ao menos US$ 100 bilhões para hospitais e sistemas de saúde relacionados.
— Isso vai proporcionar alívio urgentemente necessário — afirmou o presidente. — Vamos manter nossos pequenos e grandes negócios fortes.
O que prevê o pacote
Pagamentos diretos à população
Com custo estimado de US$ 500 bilhões, o plano prevê pagamento direto de US$ 1.200 para milhões de americanos que recebem menos de US$ 75 mil anuais (cerca de R$ 380 mil), com adicional de US$ 500 por filho com limite de US$ 3 mil por família.
Socorro para companhias aéreas e grandes negócios
O pacote cria fundo de estabilização de US$ 500 bilhões para negócios, estados e cidades muito afetados pela crise. Na conta estão incluídos US$ 25 bilhões em subvenções para companhias aéreas, US$ 4 bilhões para transportadoras de cargas e US$ 3 bilhões para terceirizadas do setor cobrirem as folhas de pagamento. Os aeroportos receberão ajuda de US$ 10 bilhões.
O fundo também direciona US$ 17 bilhões em empréstimos para “negócios importantes para a manutenção da segurança nacional”, com foco na Boeing.
O restante do fundo irá para empréstimos, garantias e investimentos para o financiamento de empresas e instituições sem fins lucrativos. Para se candidatarem ao socorro, elas terão que reter 90% dos funcionários até o fim de setembro.
Negócios pertencentes ao presidente Donald Trump, outros chefes do governo federal e membros do Congresso, e seus familiares, não poderão receber a assistência.
Reforço no seguro desemprego
O pagamento para desempregados será aumentado em US$ 600 semanais, por até quatro meses. Benefícios regulares, que tipicamente são encerrados seis meses após a dispensa, serão estendidos por mais 13 semanas. Autônomos também estão aptos a receber.
O governo também vai compensar parte do salário perdido por horistas que tiveram jornada reduzida por conta da crise. Somadas, essas medidas devem custar US$ 250 bilhões.
Ajuda a pequenos negócios
O pacote destina US$ 349 bilhões para empréstimos para pequenas e médias empresas, que poderão receber até US$ 10 milhões para cobrir salários, aluguéis e outros custos.
Estados, hospitais e educação
US$ 150 bilhões para estados e governos locais
US$ 100 bilhões para hospitais e outras instituições do sistema de saúde
US$ 16 bilhões para ventiladores mecânicos, máscaras e outros materiais hospitalares
US$ 11 bilhões para vacinas e outras ações preventivas
US$ 4,3 bilhões para os Centros para Controle e Prevenção de Doenças
US$ 45 bilhões para o alívio de desastres
US$ 30 bilhões para educação
US$ 25 bilhões para sistemas de transporte de massa
US$ 10 bilhões para o Serviço Postal americano
US$ 1 bilhão para serviços de trens