Publicada em 16 de Dezembro de 2013 �s 15h08
A nadadora Ana Kássia Marcelino, uma das paratletas do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), será uma das homenageadas do Troféu Carlos Said, o maior prêmio do desporto piauiense. Ela começou a nadar após perder parte da perna direita em um acidente e iniciar o tratamento de reabilitação no Ceir. Hoje, a garota coleciona medalhas e títulos e é um exemplo de superação.
Ana Kássia completará, no próximo dia 20 de dezembro, 16 anos de idade e dez anos do acidente que mudou completamente a vida dela e de toda a sua família. Ainda criança, a menina brincava na calçada de casa, no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina, quando foi atingida por um carro conduzido por um motorista embriagado.
Ela começou a nadar em 2008, quando iniciou o tratamento no Ceir, na terapia de Reabilitação Desportiva. E ela nem imaginava o quanto o esporte lhe ajudaria a superar esse momento difícil. "Nunca imaginei que me tornaria uma atleta. Comecei a nadar exclusivamente por conta do tratamento e, como conseguia bons índices, o (professor) Childerico me chamou para intensificar os treinos", lembra a adolescente. Mesmo com o tempo curto de carreira, ela já coleciona 15 medalhas e boas colocações em campeonatos estaduais, regionais e nacionais. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, Ana Kássia trouxe três medalhas (duas de prata e uma de bronze) na Etapa Norte-Nordeste do Circuito Loterias Caixa, que aconteceu em Manaus (AM). Com o resultado, ela ainda alcançou os índices para competir na etapa nacional, mas teve que desistir por falta de patrocínio financeiro para as viagens. "Eu, como todo atleta, sonho em disputar uma paraolimpíada. Porém, sabemos o quanto é complicado conseguir apoio financeiro para bancar as viagens e outras despesas", reconhece Ana Kássia, que divide o seu tempo entre os estudos e as duas horas de treino diário nas piscinas do Ceir. Childerico Robson, coordenador da terapia de Reabilitação Desportiva no Ceir e treinador de Ana Kássia, afirma que o nível da atleta é tão bom que já pensa, inclusive, em buscar piscinas maiores que a do Ceir para o treinamento. Para isso, é preciso mais apoio. "O paradesporto ainda está engatinhando no Piauí. Entretanto, temos mostrado bons resultados e vamos lutar para avançar em 2014", diz o treinador. Ana Kássia receberá o Troféu Carlos Said na categoria de melhor atleta feminino do paradesporto. A premiação tem o objetivo de enaltecer os desportistas em várias modalidades e será entregue nesta terça-feira (17), a partir das 19h, no auditório do Sebrae. "Fiquei honrada quando soube da premiação porque é um reconhecimento da sociedade. Apesar de toda a dificuldade do início, hoje eu sou feliz porque me descobri como atleta", finaliza Ana Kássia.