O Tribunal de Justiça do Piauí manteve a decisão e absolveu professor Luís Augusto Nunes apontando pelo Ministério Público do Piauí como o autor da morte da travestri Makelly Castro. O julgamento do recurso foi realizado na manhã desta quarta-feira (13), na 2ª Câmara Especializada Criminal. Esse foi o primeiro caso a ir a júri popular por motivações homofóbicas no estado.
Na época, o Ministério Público recorreu da decisão do julgamento realizado em outubro de 2017, por considerar estranho o conselho de sentença, responsável por decidir se o acusado seria culpado ou inocente, ter reconhecido a autoria do crime, mas ainda assim optar pela absolvição.
O desembargador Joaquim Santana foi o relato do processo e decidiu pela absorção do professor. Para o advogado de defesa, Gilberto Ferreira, foi a postura mais correta da justiça.
“O Tribunal de Justiça fez um julgamento técnico e agiu de forma correta a decisão do julgamento anterior. Agora só resta a sociedade lutar para afastar o preconceito contra a negritude, porque Luis Augusto foi apontado como autor deste crime e levado a júri popular por ser negro”, declarou.
A travesti Makelly Castro foi assassinada no dia 18 de julho de 2014. O professor foi acusado de homicídio qualificado por emprego de meio cruel. O corpo da vítima foi encontrado com muitos hematomas no bairro Distrito Industrial, Zona Sul de Teresina, apenas com roupas íntimas.