Fumaça é vista sobre prédios após ataque em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (1º). Segundo médicos, um bombardeio israelense deixou mortos na r
Imagem: Said Khatib/AFPFumaça é vista sobre prédios após ataque em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (1º). Segundo médicos, um bombardeio israelense deixou mortos na região após o início
Fumaça na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (1º) indica, segundo a agência internacional de notícias France Presse (AFP), que tiros de blindados desrespeitaram a trégua de 72 horas acordada por Israel e o Hamas na região. Israelenses e palestinos negam ataques e trocam acusações sobre violação do cessar-fogo de 3 dias.
O governo israelense acusou o movimento islamista e seus aliados de “violação flagrante” do cessar-fogo em Gaza, menos de quatro horas após o início da trégua, às 2h (de Brasília), diz a AFP. saiba mais Alta comissária da ONU denuncia EUA por armar Israel Argentina convoca embaixadora em Israel por ataques em Gaza Após novo ataque a escola, Israel anuncia cessar-fogo de 4 horas em Gaza Ataque de Israel mata palestinos em escola da ONU Líder supremo do Irã convoca mundo islâmico a fornecer armas para os palestinos Leia mais sobre Israel e Palestina
Mas fontes médicas palestinas indicaram à mesma AFP que pouco antes oito palestinos foram mortos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, após disparos de tanques. Antes, o Hamas informou à agência de notícias que o ataque havia deixado quatro mortos.
Já a Reuters, citando o Ministério do Interior Palestino, diz que pelo menos 25 pessoas morreram no ataque em Rafah.
O cessar-fogo de 72 horas entre Israel e o Hamas começou às 2h desta sexta na Faixa de Gaza. O anúncio da trégua foi feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, na noite de quinta (31).
Pouco antes do início da trégua, foram registradas 14 mortes em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, informou o porta-voz dos serviços de emergência no território palestino, Achraf al-Qudra.
Oito palestinos de uma mesma família morreram por disparos de tanques israelenses contra uma casa de Khan Yunis, incluindo uma mulher e três crianças, precisou Al-Qudra.
Em outra ação contra a mesma cidade, a aviação de Israel matou mais seis palestinos.
Desde o dia 8 de julho, quando Israel iniciou seus ataques, os serviços de emergência da Faixa de Gaza já computaram 1.464 palestinos mortos e mais de 8.200 feridos, a ampla maioria civis.
No total, 61 militares morreram desde o início dos combates, em 8 de julho. Cinco mortes ocorreram nesta quinta, segundo o Exército.
Acordo
A "trégua humanitária incondicional" foi acordada entre Israel e o grupo palestino Hamas, informou a agência de notícias Reuters.
O comunicado assinado por Ban Ki-moon e John Kerry diz que "forças em terra permanecerão em seus lugares" durante a trégua, o que sugere que os soldados israelenses não deixarão Gaza. O porta-voz do Hamas e o gabinete do primeiro-ministro de Israel confirmaram que aceitaram a trégua.
"Pedimos às partes que ajam com cuidado até o início do cessar-fogo e que mantenham seu compromisso durante a trégua", dizia o texto. "Esse cessar-fogo é fundamental para dar aos inocentes civis um alívio tão necessário da violência".
O secretário de Estado dos EUA também disse que o ministro egípcio de Relações Exteriores convidará ambas as partes para negociações "sérias" no Cairo e que os EUA enviarão uma delegação para lá.
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), deverá nomear uma delegação para ir às negociações, e não estará presente.
"Durante este período, os civis na Faixa de Gaza receberão ajuda humanitária de emergência e terão a oportunidade de realizar funções vitais, como enterrar os mortos, cuidar dos feridos e se reabastecer de alimentos", afirmou Kerry.
"Os reparos necessários nas infra-estruturas de abastecimento de água e energia também poderão ser realizados neste período de trégua", emendou.
Kerry acrescentou que Israel manterá suas operações "defensivas" contra os túneis do Hamas durante a trégua humanitária com operações "atrás de suas linhas" definidas durante o conflito, de acordo com a France Presse (AFP).
Uma autoridade palestina na Faixa de Gaza, que pediu para não ser identificada, disse à AFP que uma delegação de negociadores palestinos seguirá na manhã desta sexta para o Cairo, após o início do cessar-fogo, "para discutir uma trégua e colocar as demandas de todas as facções palestinas sobre a mesa".
O governo israelense também utilizou um tratado chamado “inventário de reservas de munição de guerra”, e solicitou aos EUA o envio, com urgência, de mais munição para as tropas. O custo da operação é de US$ 1 bilhão.