Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta (23) mostrou que os trechos urbanos da BR-316 e BR-343, ambos em Teresina, estão entre os 15 mais perigosos do Brasil, quando levados em conta as rodovias federais.
A saída Sul da capital piauiense (BR-316) figura como o 9º com maior índice de acidentes graves do país, tendo ocorrido 473 sinistros, destes 66 foram considerados graves. Já no segundo trecho (BR-343) foram 511 acidentes, 51 graves, números que o deixam como o 15º mais perigoso do Brasil. Para o inspetor Almir Bílio, da Polícia Rodoviária Federal, uma série de fatores leva a esse resultado.
“Esse resultado, que consideramos ruim, está relacionado ao grande aumento do número de veículos transitado na rodovia, que é um trecho urbano e residencial. Outro problema é que as BRs não receberam mais investimentos, falta sinalização e a pista tem buracos. Esses dois últimos fatores dificultam até a nossa fiscalização. As faixas estão apagadas e como podemos multar um condutor que está de desviando de um buraco?”, afirmou o inspetor.
Os trechos do Piauí citados pelo Ipea estão com obras inacabadas de duplicação. A ordem de serviço para a obra de nove quilômetros na BR-343, que liga a capital ao Norte do Piauí, e na BR-316 que liga Teresina ao Sul do estado, foi assinada no início de agosto de 2013, mas as obras pararam no segundo semestre de 2014.
Pelo projeto, a duplicação da BR- 343 no trecho entre os quilômetros 336,6 e 345,6 deveriam receber investimento de R$ 39,9 milhões. Já a duplicação da BR- 316 entre os quilômetros 6,20 e 14,62 serão investidos R$ 72,9 milhões, verba do Tesouro Estadual, Governo Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Problemas com projeto travam a obra
O Departamento de Estradas e Rodagens (DER), responsável pela obra, disse por meio de nota que tem enfrentado certa dificuldade para retomar a construção das pistas por conta dos projetos "mal elaborados ainda no governo passado".
"Por isso, desde o início deste ano o governo do Estado, através da diretoria geral do DER, secretaria de Planejamento e secretaria de Fazenda vem buscando entendimento para a que os novos projetos das obras das duas BRs, ja encaminhados ao DNIT e ao Ministério dos Transportes possam ser aprovados e os trechos que competem ao DER possam receber as intervenções necessárias".
"Parte do dinheiro para cada uma das BRs ja está sendo levantado através de convênios e carta de Créditos via governo do Estado e instituições bancárias, no entanto, para que o governo estadual reinicie os serviços nestes trechos o governo Federal deve primeiramente sinalizar positivamente a retomada serviços de sua responsabilidade", diz trecho da nota.