A família da travesti Mikaela, 25 anos, informou ao G1 que ela precisou retirar o olho esquerdo durante cirurgia nessa quarta-feira (6). A vítima foi encontrada caída e com um tiro no rosto próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros, na Avenida Miguel Rosa, no sábado (2). A polícia suspeita de crime de ódio.
"Ela passou por cirurgia e perdeu o olho, que ficou deteriorado com o tiro. A Mikaela passa bem, está consciente, conversando com a gente, mas não contou nada do crime, como aconteceu ou quem foi o autor do disparo", disse a irmã Camila Monteiro.
Camila ficou sabendo que Mikaela tinha sido baleada por uma amiga da travesti. Segundo a irmã, a jovem já não morava com a família e passava um tempo sem dar notícias, chegando às vezes a morar na rua.
"Fui avisada que a Mikaela estava morta, então fui ao IML e o nome dela não estava entre os corpos. Então me aconselharam a procurar o HUT e ela estava lá na UTI. Desde que soubemos, estamos acompanhando a investigação e minha mãe fica com ela no hospital. Ela é usuária de drogas e tem problema com álcool", contou a irmã.
Investigação
A Polícia Civil investiga se um adolescente de 12 anos seria o autor do disparo que atingiu a travesti Mikaela. Segundo o coordenador do Grupo de Apoio Operacional (Gao), Joattan Gonçalves, o disparo teria acontecido durante uma brincadeira e no bairro Ilhotas. Mais duas pessoas estariam envolvidas no crime.
Já sabemos que o crime não aconteceu no local onde o corpo foi encontrado, mas em frente a casa da pessoa investigada. Ela pediu para tirar o corpo da travesti de lá, com medo prejudicar o negócio dela. O autor do disparo seria um adolescente de 12 anos, que atirou na Mikaela durante uma brincadeira de teor homofóbico", revelou Joatan.