A trabalhadora doméstica mantida como escrava por uma família há 30 anos foi ‘repassada’ de sogra para nora. A informação foi divulgada pelo auditor fiscal do trabalho, Guilherme Madeira, do Ministério Público do Trabalho. Ela foi resgatada nesta quinta-feira (15) na residência de uma família na Zona Norte de Teresina.
Segundo o auditor, a doméstica, de 44 anos, foi trazida do Maranhão para trabalhar na casa de uma mulher quando ela tinha 14 anos. Tempos depois, esta mulher teria entregado a trabalhadora para a própria nora, para cuidar dos filhos da atual patroa.
“Não sei se a sogra está viva ou não, mas o que aconteceu, por mais absurdo que seja, a sogra repassou para a nora a trabalhadora para que cuidasse dos netos. É a coisificação do trabalhador. Ela foi ‘doada’ de sogra para nora, de mãe para filho”, afirmou o auditor.
Conforme a Polícia Federal, a mulher foi mantida isolada das outras pessoas, e não tem contato com familiares. Por isso, após o resgate, ela foi levada para um abrigo de Teresina.
Ela não recebia salário, não tinha folgas ou férias e passava por jornadas de trabalho excessivas e exaustivas.
As pessoas responsáveis por mantê-la nessa situação foram autuadas e serão obrigadas a pagar direitos trabalhistas, e podem ser processadas por danos morais. Segundo a PF, os responsáveis ainda podem ser presos.