O Tribunal de Justiça do Piauí, através do desembargador Joaquim Dias de Santana Filho, determinou a quebra de sigilo telefônico do ex-prefeito José de Arimateas Rabelo e da empregada doméstica Noêmia da Silva Barros. Eles foram indiciados pelo inquérito policial como autores do homicídio qualificado que vitimou a primeira-dama de Lagoa do Sítio, Gercineide de Sousa Monteiro, no dia 10 de fevereiro.
O processo publicado nessa quinta-feira (26) no site do TJ-PI mostrou que o mandado judicial foi expedido em 15 de fevereiro, após pedido do delegado Carlos André Rodrigues, responsável pelo caso. A autoridade policial solicitou a quebra de sigilo de dados telefônicos em oito números, para fins de investigação criminal.
A solicitação do delegado foi fundamentada na divergência constatada nos interrogatórios dos indiciados, que negam a autoria e atribui um ao outro a prática do crime, como também pelo fato do crime não ter testemunha.
O magistrado determinou que a empresa responsável pela linha telefônica forneça relatório detalhado contendo todas as chamadas geradas, recebidas e tentadas dos números citados no processo, desde 11 de janeiro à 11 de fevereiro de 2015. As providências para cumprimento da decisão deve ocorrer em caráter sigiloso, no prazo de 15 dias.
O desembargador autorizou o Instituto de Criminalística do Piauí realize a extração de todos os dados contidos nos aparelhos apreendidos e nos respectivos chips e cartões de memória, tais como mensagens SMS e de redes sociais, fotos, vídeos, ligações geradas e tentadas. "As referidas ordens judiciais, uma vez concedidas, darão maior agilidade à investigação policial" alegou.
Entenda o caso
José de Arimateas e a empregada doméstica que trabalhava em sua casa, Noêmia Maria da Silva, foram indiciados pela Polícia Civil pela prática de homicídio qualificado. Os dois são suspeitos de serem os autores da morte da primeira-dama de Lagoa do Sítio, Gercineide Monteiro, assassinada com um tiro no ouvido enquanto dormia em sua casa.
No primeiro momento, a polícia chegou a acreditar que a morte se deu forma natural pela ausência de vestígios de violência no corpo da vítima, mas exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) em Teresina acusaram que a vítima foi assassinada. Após a descoberta, marido e a empregada foram presos no mesmo dia do crime, mas negam a autoria do assassinato.
Segundo a polícia, José Arimateas matou a mulher por ciúmes, ao suspeitar que era traído. Após suspeito ser indiciado pela Polícia Civil, a Câmara Municipal de Lagoa do Piauí decidiu em votação afastar ele do cargo de prefeito e dá posse ao vice Antônio Ditoso (PTB).