A última pesquisa Ibope revela que o potencial de votos da petista Dilma Rousseff - a parcela máxima de eleitores que admitem votar nela em um determinado momento - caiu aos níveis de julho do ano passado, época dos protestos de rua que corroeram a popularidade da presidente.
Além de medir a intenção de voto - ao apresentar a lista de pré-candidatos e pedir ao entrevistado que aponte seu preferido -, o Ibope cita o nome de cada concorrente e pergunta se o eleitor votaria nele com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para responder. A soma das duas primeiras respostas - "votaria com certeza" e "poderia votar" - é o potencial de votos de cada presidenciável, isto é, o teto de votação em um determinado momento. saiba mais Cadastro com potenciais fichas-sujas tem pelo menos 32 mil nomes, aponta MPF TSE veda arrecadação de campanha por site de financiamento coletivo Dilma tem 40%, Aécio, 20%, e Campos, 11%, aponta pesquisa Ibope Para agradar indústria, Dilma deve tornar desoneração permanente Autor de Dilma Bolada diz ter recebido proposta do PSDB Leia mais sobre Eleições 2014
No caso de Dilma, esse potencial está hoje em 47%, metade do que ela apresentava há pouco mais de um ano, em março de 2013, quando nenhuma crise parecia estar no horizonte.
Em julho de 2013, porém, o potencial de votos havia desabado para 49%, como consequência da onda de protestos que atingiu as principais cidades do País. A aprovação ao governo Dilma, na época, também sofreu forte queda, de 63% em março para 31% em julho.
Imagem: Reprodução/Estadão
Profecia. Foi o fundo do poço. João Santana, marqueteiro da campanha presidencial petista, disse então que Dilma e o governo recuperariam a popularidade em quatro meses - o que não aconteceu.
Mas houve uma leve melhora: entre setembro de 2013 e março deste ano, o potencial de votos de Dilma oscilou em torno de 55%. Em abril, porém, caiu para 51%. E agora voltou a se reduzir, para 47%.
Paralelamente, está em alta o porcentual dos eleitores que rejeita a hipótese de votar em Dilma. Eram 38% em março, 40% em abril e já são 43% em maio.
No campo adversário, nem Aécio Neves (PSDB) nem Eduardo Campos (PSB) têm potencial de voto próximo do de Dilma. Mas ambos têm melhorado: o do primeiro subiu três pontos porcentuais nos últimos três meses (de 33% para 36%), e o do segundo, oito pontos (de 26% para 34%).
Uma parcela elevada de eleitores ainda afirma não conhecer os opositores de Dilma suficientemente para se manifestar (32% no caso de Campos e 27% no caso de Aécio). Eles ainda podem conquistar esse eleitorado e elevar seu teto de votação. No caso de Dilma, esse contingente é bem menor: apenas 10% do eleitorado.
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95% - ou seja, há 95% de probabilidade de os números retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O levantamento foi custeado pelo próprio Ibope e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-00120/2014.