Por sugestão do Ministério Público, o policial civil Francisco das Chagas Araújo, está detido, em Parnaíba, por ter prestado falso testemunho no julgamento do ex-Coronel Correia Lima, que está sendo realizado na cidade. Chagas disse à juiza Maria do Rosário, que nunca havia dado depoimento sobre o crime do agente policial Leandro Safanelli, ocorrido nos anos 80.
O depoimento prestado por Francisco Chagas Araújo contradiz tudo que ele havia dito logo após o crime. Agente policial lotado na Polinter de Teresina, ele chegou a dizer que foi chamado a Parnaíba pelo então comandante do Batalhão de Parnaíba, Capitão Cajueiro, que queria falar sobre a caminhoneta Belina que foi usada para os pistoleiros assassinarem Safanelli.
Chagas entrou em contradição quando negou que não dera depoimento na Polícia de Teresina.
Por conta dessas contradições, o representante do Ministério Público entendeu que o policial prestou falso testemunho e requereu sua imediata prisão. Ele vai ficar detido até o final do julgamento.
Depoimento
Neste momento o ex-coronel Correia Lima presta depoimento. Ele se diz perseguido. Na primeira resposta a uma pergunta da juiza Maria Ivani, Correia Lima se disse vítima de perseguição política.
As testemunhas do Caso Saffaneli começaram a ser ouvidas por volta das 10h15 de hoje. O ex-coronel José Viriato Correia Lima (foto abaixo) chegou por voltas das 7h no Auditório do Sesi, em Parnaíba, para aguardar o julgamento em que é acusado de ter matado o policial civil Leandro Saffaneli, em 1987.
A segurança do Teatro foi reforçada por uma equipe da Força Tática e por policiais do Batalhão de Trânsito do Piauí (BPTran). Até o momento a defesa do acusado ainda não chegou ao local. O julgamento será presidido pela juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 2ª Vara Criminal de Parnaíba. Além disso, a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Piauí encaminhou os juízes Carlos Hamilton Bezerra e Maria Luíza Freitas para participarem do julgamento.
Por volta de 9h15 a juíza liberou a entrada do público no auditório onde seria realizado o julgamento do ex-coronel. Estudantes de direito, advogados e outros permanece na sala de julgamento para acompanhar os trabalhos dos membros de acusação e da defesa do réu.
Caso seja condenado, Correia Lima poderá pedir a anulação do julgamento, alegando falta de ética do advogado Wendel Oliveira. Wendel era advogado de defesa de Correia Lima e afirmou à imprensa que, após os vídeos em que o ex-coronel diz ainda querer matar o secretário de Segurança Pública Robert Rios e o jornalista Arimatéia Azevedo, o acusado não irá se regenerar para a sociedade.