A sétima etapa da pesquisa sorológica do coronavírus em Teresina, divulgada nesta terça-feira (9), indicou que a capital possui mais de 94 mil pessoas com coronavírus. Dessas, 41 mil ainda estariam transmitindo a doença, ou seja, estão com o vírus ativo no organismo.
Diante desse e de outros dados, o prefeito Firmino Filho (PSDB) declarou que, neste momento, a abertura do comércio seria como "apagar fogo com gasolina".
"Vemos que a doença ainda está em expansão e, no nosso protocolo, entendemos que a cidade não está em condições de abrir. Isso seria como apagar fogo com gasolina, constitui uma irresponsabilidade fazer isso com óbitos e hospitalizações crescendo. É uma coisa temerária fazer uma abertura do comércio", disse.
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Segundo o gestor, mesmo diante do decreto do governo do estado de que empresas de três setores (saúde, construção civil e automotivo) podem iniciar protocolos para reabertura, na capital continua a valer o decreto de funcionamento apenas de serviços essenciais (supermercados, farmácias, bancos e unidades de saúde).
Firmino destacou que pelo menos sete critérios são avaliados pela prefeitura de Teresina para a abertura do comércio e muitos deles ainda estão com dados longe do ideal. A taxa de contaminação e o comportamento da curva epidêmica são alguns dos índices que, segundo ele, ainda preocupam.
Abertura no interior pode impactar Teresina
O prefeito falou ainda que, embora Teresina permaneça com o funcionamento restrito, caso aconteça uma abertura generalizada em cidades do interior, a capital deve sentir o impacto em seu sistema de saúde. Segundo Firmino Filho, a cidade atende cerca de 30 a 40% da demanda do interior.
Ele falou ainda que os índices continuam a crescer tanto na capital quanto no interior, mas que os momentos de pico devem acontecer em tempos diferentes.
"Em Teresina, a previsão é de pico e platô [estagnação] em junho, na segunda quinzena. Já no Piauí como um todo, o pico será adiante, em julho ou até início de agosto o que estamos vendo agora é o início de um processo que vai se arrastar. O isolamento no Piauí tem reduzido rapidamente e tem implicação em Teresina, nos hospitais. Além disso, como a doença deteriora rápido o estado de saúde do paciente, exigindo leitos de UTI, podemos ter situações complicadas em que muitos podem não ter como chegar à capital a tempo de ter atendimento", declarou.
Decretos determinam distanciamento social
Para evitar a contaminação pelo vírus, o isolamento social e medidas emergenciais foram determinadas por meio de decretos do governo do estado e das prefeituras, como na capital piauiense, para que a população fique em casa e evite ao máximo ir às ruas. Aulas em escolas e universidades, a maioria das atividades comerciais, esportivas e de serviços em geral estão suspensas por tempo indeterminado.
Serviços essenciais como farmácias, postos de combustíveis e supermercados continuam mantidos mas estão regulamentados. O atendimento em clínicas, hospitais e laboratórios, assim como o funcionamento de escritórios de advocacia e contábeis também foram liberados mediante cumprimento de regras.
O uso de máscaras em locais públicos tornou-se obrigatório em todo o estado. Policiais fazem abordagens nas fronteiras do estado a ônibus e veículos particulares. Os decretos preveem que quem descumprir as regras pode ser penalizado com multa ou até prisão.