Além da dengue outra doença que tem deixado as autoridades de saúde de Teresina em alerta é o calazar. Só no ano passado foram registrados mais de 8 mil casos de cães infectados. Em humanos os dados são ainda mais alarmantes, com 75 casos confirmados e três óbitos. A doença não é contagiosa e a transmissão do parasita acontece através da picada do mosquito fêmea infectado.
A leishmaniose se apresenta de dois tipos: visceral, enfermidade grave e a úlcera de Bauru, doença endêmica da Amazônia.
“O calazar canino pode se apresentar de diversas maneiras, mas os principais sintomas são: queda do pelo, aparecimento de feridas no focinho e orelhas, emagrecimento do cão. Então o animal fica numa situação que você percebe que ele está doente”, explicou o infectologista Walfrido Salmito.
O diagnóstico precoce é importante. O laboratório Do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí (HV-UFPI) é um dos lugares que realizam exames para detectar a leishmaniose.
“É uma coleta de sangue para se fazer dois testes recomendados pelo Ministério da Saúde, que é o exame de triagem e o de confirmação. Os dois exames realmente não dão o diagnóstico definitivo porque há muitos animais com a sorologia positiva, porém não têm a doença”, disse Ivete Mendonça, veterinária.
Só no ano passado a Gerência de Zoonoses realizou mais de 30 mil exames e detectou a doença em cerca de 8 mil cães. No entanto, ficou a critério dos donos sacrificar ou não os animais doentes.
Ações de prevenção estão sendo desenvolvidas para evitar a propagação do calazar em Teresina. De acordo com Oriana Bezerra, os agentes fazem um inquérito sorológico nas áreas em que são detectadas casas com cães doentes e em seguida o recolhimento do animal.
O Ministério da Saúde não reconhece nenhum tipo de tratamento para animais infectados e adota apenas a eutanásia como medida.