Os assaltos a ônibus de transporte coletivo têm se tornado cada vez mais frequentes em Teresina. A situação amedronta passageiros, cobradores e motoristas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (Sintetro), foram 32 assaltos a passageiros dentro dos ônibus somente nos dois primeiros meses do ano.
Como se não bastassem as reclamações devido às péssimas condições dos veículos, agora o medo das ações criminosas é a maior preocupação de quem usa o sistema. Os números do Sintetro apontam que foram oito ocorrências em linhas da Zona Norte, uma nas linhas da Zona Leste, nove na Zona Sul e 14 nas linhas da Zona Sudeste.
Na maior parte, as ações são praticadas por apenas dois criminosos. Um aborda e fica com uma arma apontada para o motorista e outro passa pelo cobrador e começa fazer o arrastão entre os passageiros. O medo e a insegurança tem tirado a tranquilidade de cobradores e passageiros, que não aguentam mais trabalhar amedrontados.
"Tem trabalhador que já está até pedindo para sair e outros que estão fazendo tratamento médico em função dos assaltos", falou o cobrador Francisco Gomes.
A última ação aconteceu na segunda-feira (29), quando bandidos fizeram um arrastão em um dos veículos da linha Alto Alegre, na Zona Norte. O vice-presidente do Sintetro, Francisco das Chagas, afirma que várias reuniões já foram realizadas entre a Secretaria de Segurança Pública e as empresas, mas até agora os encontros não resultaram em nada.
"A gente pede para as autoridades que tomem providências urgentes porque a bandidagem está tomando conta. Nós que levantamos cedo e encerramos tarde corre o risco. Graças a Deus até hoje não ocorreu nenhuma morte, mas assaltos e escoriações ocorrem e várias motoristas já foram lesionados", falou.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar informou que diariamente realiza blitzem e que todas as pessoas armadas são conduzidas à Central de Flagrantes. Informou ainda que as buscas ocorrem em veículos particulares e de condução coletiva. Já a Secretaria de Transportes não quis comentar o assunto.