Publicada em 24 de Abril de 2015 �s 16h41
Neste domingo (26), ás 19h, no Teatro 4 de Setembro haverá a exibição do documentário Arte na Loucura, o resultado de pesquisas dentro de um hospital psiquiátrico sob a coordenação do renomado médico e ator Vitor Pordeus e que conta com a colaboração do ator piauiense, Edmar Oliveira, ambos com reconhecimento internacional. A exibição conta com a parceria do Governo do Estado do Piauí através da Fundação Cultural do Piauí (Fundac).
Batizado de Hotel da Loucura, o terceiro andar do Instituto Nise da Silveira, Rio de Janeiro, foi transformado em um espaço de convivência para os residentes, onde são trabalhadas a arte e a medicina. A partir das oficinas lá realizadas e das pesquisas surgiu um documentário envolvente que dá voz aos pacientes por meio do teatro, música e diversas formas de expressão, e que o transporta da posição de expectador para protagonistas de suas histórias.
“Ali, todos podem curar e serem curados. A terapia é coletiva por meio da expressão, da fala, da dança e, principalmente, do teatro onde os pacientes "se organiza internamente" - explica Vitor Pordeus.
Para o ator piauiense, Edmar Oliveira, formado pela Escola de Teatro Procópio Ferreira, e iniciou os seus estudos na Escola Técnica de Teatro Gomes Campos em Teresina, com diversas participações em teatrais no Brasil e no exterior é um prazer poder trazer para o seu Estado o resultado do seu trabalho, na sua passagem pela cidade. “O nosso interesse de promover o intercâmbio cultural, a fim de fortalecer a relação entre cultura e desenvolvimento social no serviço público de saúde. Potencializar e fomentar o intercâmbio cultural, o desenvolvimento humano e comunitário, saúde, cultura dever ser feito em caráter de urgência e me sinto feliz em ser protagonista dessa história” revela.
Hotel da Loucura
O trabalho desenvolvido no espaço é inspirado na luta da médica Nise da Silveira pela humanização no tratamento psiquiátrico. Nos anos 40 e 50, ela criou ateliês de pintura e escultura, utilizando a criatividade e a expressão artística como tratamento aos pacientes. Na época, o procedimento era o eletrochoque, o confinamento e a lobotomia.
O local conta com sala de cinema, biblioteca, ateliê, boutique, sala para relaxamento, cozinha, refeitório e quartos com capacidade para receber até 60 pessoas. A hospedagem é gratuita, voltada para artistas, pesquisadores, gestores, médicos de diversas áreas como psiquiatras e pessoas envolvidas no trabalho com doenças mentais. Como contrapartida, o hóspede deve contribuir com projeto voltado para o tratamento dos pacientes do instituto. O hotel já recebeu importantes hóspedes, como pesquisadores do Instituto Tel Aviv, de Israel, e o pesquisador brasileiro Nelson Vaz, especialista em imunologia.
Os atores são residentes do instituto e frequentadores do hotel. Durante os ensaios das peças não há loucos nem doutores. Baseados na igualdade o que impera nesse processo colaborativo e cooperativo e a relação construída pelos saberes e seus agentes e atores sociais que são passados com o intuito de afirmar o projeto dentro das suas instancias políticas na condição de protagonistas de suas histórias.