Quatro dias após o assassinato de um taxista na Zona Norte de Teresina, motoristas de todas as cooperativas de táxi da capital pararam de circular na manhã desta terça-feira (1º). A categoria se reuniu por volta das 8h30 e realizou um ato em frente à Assembleia Legislativa do Piauí para pedir propostas que garantam mais segurança para a categoria. A Ponte Juscelino Kubitschek chegou a ser interditada nos dois sentidos durante a manifestação.
Um documento foi elaborado solicitando a realização de uma audiência pública com os deputados estaduais, o secretário de segurança público Fábio Abreu e o Ministério Público. O objetivo é elaborar um plano de segurança voltado para a categoria.
Como não foram recebidos, os taxistas seguiram em carreata pela a avenida Frei Serafim e em seguida interditaram os dois sentidos da via na Ponte JK.
Ponte Juscelino Kubitschek ficou interditada nos dois sentidos (Foto: Catarina Costa/G1)
Ponte Juscelino Kubitschek ficou interditada nos
dois sentidos (Foto: Catarina Costa/G1)
De acordo com o taxista Antônio Francisco, a falta de segurança é um problema antigo e a categoria cobra há muito tempo uma ação enérgica do governo contra a situação. Ele diz que as próprias cooperativas vêm adotando medidas para driblar a onda de insegurança, como não rodar em alguns horários e locais.
"Apesar disso ainda somos vítimas dos criminosos constantemente. A segurança do estado não faz nada e todo mês existem ocorrências contra nós", falou o taxista durante o protesto na avenida Frei Serafim.
O presidente do Sindicato das Cooperativas de Táxi de Teresina, Pedro Ferreira, disse que os profissionais estão trabalhando amedrontados e conta que somente em novembro foram 19 assaltos contra taxistas.
"Hoje a sensação é de medo. São 16 bairros de Teresina que não temos condições de andar, seja pela manhã ou a tarde, porque não se tem segurança. Já deixamos de atebnder em certos horários e só aceitamos corridas por telefone, mas mesmo assim continuamos sendo alvo dos bandidos", falou.
Alguns mototaxistas também participaram do ato em apoio aos taxistas. O protesto deixou o trânsito caótico na região, com as vias de acesso a avenida completamente congestionadas. Alguns motoristas demonstraram irritação com situação. O funcionário público Airton Oliveira ficou preso devido ao protesto e conta que desde 9h tentava chegar ao trabalho.
"Eu só estou querendo ir trabalhar e eles não deixam. Não sei nem dizer se sou contra ou a favor porque desse jeito está atrapalhando todo mundo. Desde 9h estou tentando chegar ao trabalho e não consigo", desabafou.
Um carro da Polícia Militar acompanhou o ato. De acordo com um taxista ouvido pelo G1, a estimativa é de que pelo menos mil táxis particiaparam da manifestação da categoria, intitulada de "Movimento Segurança e Justiça".
Os taxistas encerram a menifestação após as 11h e boa parte da categoria voltou a circular normalmente na capital.