A Justiça decidiu nesta segunda-feira (14) que dois dos quatro suspeitos de matar o soldado da Polícia Militar do Piauí Agamenon Dias Freitas Júnior, de 31 anos, durante uma briga em um posto de combustíveis, vão ser julgados pelo Tribunal Popular do Júri. Outros dois acusados foram retirados do processo por falta de indícios que comprovem sua participação no crime.
Segundo o inquérito policial, o crime aconteceu por volta das 3h50min, em um posto de combustíveis localizado na Avenida dos Expedicionários, na Zona Leste. Agamenon Dias Freitas Júnior foi espancado com chutes, socos e garrafadas pelos acusados, além de adolescentes.
Os acusados que vão a Júri Popular são:
Tiago Rocha Santiago, de 30 anos, é suspeito de atirar contra o policial, por roubar a arma dele depois do crime e por corrupção de menores;
Pedro Vitor Cardoso Almeida, de 19 anos, é suspeito de agredir um amigo do policial e assim, em tese, impediu o policial de se retirar do local onde foi atingido e morto.
O advogado Udilisses Bonifácio, que representa Pedro Vitor, disse ao g1 que irá recorrer da decisão. Segundo o advogado, as imagens do crime mostram que ele não teve participação direta ou indireta na morte do policial. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Tiago Rocha.
Ainda não há data para o julgamento no Tribunal do Júri.
Outros dois rapazes que foram acusados como participantes do crime, Wicloas Neves Portela, de 21 anos, e Diego Bruno da Costa Sousa, de 32 anos, estavam na confusão que se formou no posto de combustível, mas segundo a Justiça, não há indícios que comprovem a participação deles no homicídio ou roubo, por isso foram retirados do processo pela juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina.
Diego Bruno da Costa Sousa alegou à Justiça que estava tentando tirar Tiago da confusão. Nas imagens do crime, segundo a Justiça, ele aparece tentando conter Tiago.
Já Wicloas Neves, segundo a Justiça, aparece nos vídeos com um cabelo loiro, mas a pessoa que atirou no policial tem o cabelo preto. Além disso, Wicloas não é visto nas imagens agredindo nenhuma das duas vítimas. Ainda segundo a Justiça, o jovem foi quem identificou Tiago como sendo o atirador.
Briga em posto de combustível
O policial militar Agamenon Júnior foi espancado e assassinado a tiros na madrugada de 4 de fevereiro de 2024, durante uma briga em um posto de combustíveis na Av. dos Expedicionários, na Zona Leste de Teresina. Um amigo de Agamenon, que o acompanhava, também foi espancado, mas sobreviveu.
Segundo a Polícia Civil, ao chegar no posto, o policial foi até na loja de conveniência e, quando estava na fila, um menor, sobrinho de Pedro Vitor Cardoso Almeida, tentou furar a fila da conveniência e foi repreendido por Agamenon, dando início a uma briga generalizada entre os amigos do menor.
O policial chegou a empurrar o jovem e mostrou a sua arma. Pedro entrou na discussão em favor do seu sobrinho. Outro menor também participou do bate-boca. A discussão generalizada se estendeu até o pátio do posto, e a briga se iniciou. Agamenon foi agredido, teve sua arma roubada e foi morto com cinco tiros disparados pela sua arma.
Segundo o MPPI, os acusados devem responder por homicídio qualificado, lesão corporal de natureza leve e corrupção de menores. Thiago Rocha também foi denunciado por roubo majorado pelo uso de arma de fogo de uso restrito.