O segundo homem suspeito de ter participado do assassinato do major Mayron Moura Sales, da Polícia Militar do Piauí, se apresentou na tarde desta quarta-feira (22) junto com seu advogado à Delegacia de Homicídios de Teresina. Wallison Jhonatas Rodrigues, de 24 anos, confessou ter atirado contra o policial depois de uma reação da vítima.
“Anunciamos o assalto e ele (vítima) colocou a mão na cintura como se fosse puxar a arma para atirar. Eu, nervoso, atirei e fugi. Eu não sabia que ele (vítima) era policial. Se eu soubesse, jamais teria feito isso. Só quero agora pagar pelo meu erro. Estou arrependido”, disse o suspeito para a imprensa.
Um homem já tinha sido preso pela PM em sua casa no bairro Pedro Balzzi, próximo do local onde aconteceu o assassinato. No imóvel foi encontrada a moto utilizada na tentativa de assalto. O primeiro detido, que usava tornozeleira eletrônica, delatou para a polícia que Wallison seria o segundo envolvido.
Wallison Jhonatas já responde a um inquérito por homicídio, tendo um mandado de prisão em aberto por um assassinato cometido no início deste ano na Taboca do Pau Ferrado, zona rural de Teresina.
Na casa do suspeito, no Parque Firmino Filho, Zona Sudeste de Teresina, em um imóvel em Altos, a Polícia Civil encontrou um simulacro de pistola, uma espingarda de calibre 12 de fabricação caseira, um revólver calibre 38, que foi utilizado no crime, e uma vasta quantidade de munição.
O delegado Francisco Costa informou que a mulher de Wallison tentou criar um álibi para despistar o trabalho policial, mas como a investigação apontava para ele, trouxeram ela também para a delegacia. Ela foi apontada pelo próprio marido como a pessoa que escondeu a arma usada no crime e o celular do major Mayron, ambos enterrados no quintal da residência do casal.
Como não tem participação direta no latrocínio, o delegado Baretta afirmou que a mulher deve ser autuada por favorecimento pessoal.
Filho do major nega que pai reagiu
O delegado Francisco Costa, o Baretta, informou que o policial militar Mayron Moura Soares, assassinado na noite de terça-feira (21) durante um assalto em Teresina, estava na companhia do filho e, segundo relatos dele, não reagiu ao crime. O policial saiu de casa para esperar a filha no ponto de ônibus no bairro Todos os Santos, Zona Sudeste da capital.
“O filho dele disse que estavam dentro do carro e o major sugeriu que saíssem do veículo porque estava fazendo calor. O major desceu e ficou mexendo no celular e foi quando eles (assaltantes) fizeram a volta na rua e o surpreenderam. Não houve tempo pra reação. Eles andam na rua atrás de pessoas em situação vulnerável para dar o bote”, falou o delegado.
O major Mayron Moura Soares era comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar de Teresina. Seu corpo foi levado para Valença do Piauí, Sul do estado, onde está sendo velado por familiares e amigos da corporação. O sepultamento está previsto para as 17h desta quarta-feira (22).
Em nota, o Secretário de Segurança, Fábio Abreu, lamentou o assassinato do major Mayron Soares. Ao prestar condolências à família e solidariedade ao colegas de farda, Fábio Abreu disse que o crime foi uma provocação às forças policiais e garantiu que não ficará impune.
Outro PM assassinado
Esta é a segunda morte de policial durante assalto em 15 dias. No dia 7 de março, de acordo com a Polícia Civil,o cabo Valdir Mendonça do Vale, de 43 anos, teria presenciado um assalto e perseguiu os assaltantes. Ao chegar na Avenida Jóquei Clube atirou na perna de um dos suspeitos, mas foi atingido por dois tiros e morreu a caminho do hospital.