O homem acusado de pagar um atirador com cervejas para matar a ex-companheira foi condenado a 14 anos e sete meses de prisão em regime fechado após julgamento no Tribunal do Júri nesta sexta-feira (6) em Floriano, Sul do Piauí. Alexandre de Matos Osório foi considerado culpado pelo crime de tentativa de feminicídio triplamente qualificado contra Jeovânia de Sousa de Oliveira, em junho de 2019.
Na sentença, o juiz considerou que o acusado estava preso e que o mesmo cumpriu oito meses e 13 dias no sistema prisional. Reformulando o prazo, Alexandre Osório falta cumprir 13 anos, 10 meses e 17 dias de reclusão.
O julgamento começou às 8h e encerrou por volta das 16h30, no Fórum de Floriano. A tese da defesa era desqualificar para lesão corporal grave ou tentativa de homicídio privilegiado, no entanto, o Conselho de Sentença aceitou a tese da acusação, que foi de tentativa de feminicídio triplamente qualificado por motivo fútil, usando recursos que dificultou a defesa da vítima.
O acusado conviveu 18 anos com a vítima e possuem dois filhos. Segundo o inquérito policial, ele não aceitava o novo relacionamento da ex-companheira, que sofria ameaças e agressões de Alexandre. Ela chegou a registrar boletim de ocorrência por violência doméstica e possuía uma medida protetiva.
De acordo com a acusação, Alexandre teria ido na casa da vítima horas antes do crime e arrombou a porta para facilitar a entrada do atirador contratado por ele. O suspeito de atirar na vítima seria menor de idade e foi recompensado com uma caixa de cerveja pelo crime.
O crime
Jeovânia Oliveira teve a casa invadida por dois homens no sábado (22). Ela foi atingida por seis disparos por dois homens. A filha da vítima teria relatado à polícia que o pai, ex-companheiro de Jeovânia, identificado como Alexandre de Matos Osório, seria o autor do crime.
Ao ser levado para prestar esclarecimentos na delegacia, o homem teria negado a participação no crime, mas, segundo a Polícia Civil, caiu em contradição e acabou confessando ter sido o mandante.
Conforme a delegada Nayana Paz, há dois inquéritos por violência doméstica contra o homem e uma medida protetiva de urgência expedida após solicitação de Jeovânia. Familiares relataram que os dois foram casados por 18 anos e a separação aconteceu há cerca de seis meses.
Depois disso, segundo a família, o homem teria feito diversas ameaças contra ela, dizendo que "se ela não morasse com ele, não moraria mais com homem nenhum". Um áudio divulgado pela Polícia Civil contém algumas das ameaças sofridas por Jeovânia (veja vídeo acima) antes da tentativa de feminicídio.
A vítima passou 20 dias internada no Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, onde foi submetida a quatro cirurgias.