Publicada em 01 de Janeiro de 2013 �s 12h46
Durante um longo tempo - mesmo os investimentos em áreas mais do que importantes, essenciais à sobrevivência humana, como a saúde pública - a população de uma das regiões mais castigadas do Piauí, o Sul do Estado, passou a se acostumar com situações precárias na atenção e na assistência em saúde. Sem uma referência geograficamente mais próxima, em quase a totalidade dos casos mais graves de saúde a única alternativa para cidades como, por exemplo, Corrente, seria a capital, Teresina, mesmo a 900 quilômetros de distância, ou, até mesmo, Brasília (à mesma distância).
Serviços importantes, como a ortopedia e a realização de cirurgias de média complexidade, nunca haviam sido realizados naquela região. “São 22 anos atendendo aqui no Hospital Regional de Corrente (HRC). Eu, como médico cirurgião, já estava desacreditado em relação, por exemplo, à presença de uma anestesista em nosso Hospital, bem como outros investimentos”, ressaltou José Walter Oliveira, cirurgião no HRC, que, agora, comemora os avanços na estrutura física e de pessoal.
Em Corrente, cidade que fica localizada no extremo sul piauiense, são muitas as conquistas recentes que tornaram aquele município uma grande referência em saúde para demais cidades da região. O Hospital Regional João Pacheco Cavalcante, que tem 34 anos de existência, é um exemplo dessas conquistas.
A unidade passava por sérios problemas, desde a falta de materiais básicos ao dia-a-dia até a falta de profissionais e equipamentos necessários para a assistência ao município e demais cidades. Mas, em setembro deste ano a realidade mudou: o HRC realizava cerca de 3.400 procedimentos por mês, além de 70 internações, em média; a partir de setembro, com a inauguração de uma ampla reforma, adequação e ampliação, o número de procedimentos/mês passou para 6.770 e o de internações, 175.
“Depois de quase dois anos como diretora-geral desta unidade posso dizer que a população de toda essa região vem recebendo atendimentos nunca vistos antes. São muitos, mas, certamente, os mais impactantes ficam a cargo da ortopedia e da anestesia. Fora isso, temos um HRC novo, totalmente reformado e climatizado, um ambiente propício para mais crescimento”, pontuou Samara Sá, diretora-geral do HRC.
A psicóloga Maria José Oliveira, que acaba de passar por um procedimento cirúrgico, uniu-se a outras dezenas de pacientes do HRC para ressaltarem a satisfação com os investimentos em saúde. “As mudanças são visíveis, desde o atendimento médico e de enfermagem até os serviços de limpeza e portaria. Na verdade, estamos com um Hospital do SUS com aspecto de clínica particular, estruturado, limpo, bonito e, o melhor, eficaz”, disse a paciente, ainda internada, no pós-operatório.
Djeane Moura, enfermeira que trabalha no HRC desde 2010, frisou que viu as mudanças de perto. “Vivenciei o HRC antes dessas mudanças e sou testemunha do quanto melhorou, do quanto mudou. Chegou a faltar um par de luvas para realizar procedimento: não havia material, medicamentos, os salários estavam com oito meses de atraso, a estrutura e as condições de trabalho eram precárias. Mas, felizmente, tudo isso agora é passado e esperamos que os avanços permaneçam”, contou.