Os aprovados no concurso da Polícia Civil do Piauí realizado em 2012 receberam com surpresa a informação de que o governo do estado adiou a nomeação de policiais, escrivães e delegados aprovados no certame. A solenidade de nomeação aconteceria na segunda-feira (13).
Segundo o sindicato da categoria, o estado possui um déficit de 1.500 agentes. Dos 78 aprovados que aguardam nomeação, 59 esperam há mais de quatro anos.
"É necessário que o governo possa fazer um planejamento a médio e longo prazo para que o governo faça um planejamento para a contratação em todos os cargos da polícia. Nós estamos encolhendo do ponto de vista do contingente e quem está perdendo é a sociedade por conta da demanda de vítimas nas delegacias e a gente não pode dar uma resposta satisfatória por falta de recursos humanos", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi), Constantino Júnior.
Os aprovados no concurso terminaram o curso de formação na Academia de Polícia ainda no ano passado e desde então aguardam assumirem seus postos de trabalho. Um deles é João Bento de Sousa que reclama da falta de respostas por parte do governo.
"Ficamos sem ter informação que dia ou que data seria prevista para a nossa nomeação. E todas as vezes que vamos à Secretaria de Segurança, não é dada uma resposta conclusiva. Simplesmente colocam que está sendo vista e analisada a situação. E o que mais nos deixa temerosos é que esse cronograma existe há mais de um ano", disse.
O que deixa os aprovados ainda mais preocupados com a situação é que o concurso só é válido até novembro deste ano. A Secretaria de Segurança do Piauí informou que aguarda autorização do governador Wellington Dias (PT) para dar prosseguimento às nomeações de delegados, escrivães e agentes.
De um total de 177 delegados ativos no estado, 132 trabalham em Teresina e apenas 47 atuam para dar conta da demanda gerada nos 224 municípios piauienses. Segundo o Sindepol, existem delegados responsáveis por até 10 cidades.