Publicada em 23 de Agosto de 2012 �s 12h14
O Seminário Estadual Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e os Assalariados Rurais termina nesta quinta-feira (23). O encontro é realizado pela Secretaria de Assalariados Rurais que conta, entre outras, com a parceria do Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Trabalho e Empreendedorismo do Piauí (Setre).
O Seminário que ocorreu durante todo o dia dessa quarta-feira (22), e se estende até a tarde de hoje (23) no Centro de Formação Sindical da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Piauí (Fetag-PI), tem como objetivo compreender e atuar frente à realidade atual, além de levantar a bandeira de luta dos assalariados rurais no Estado.
Questões como trabalho rural escravo, negociações e acordos coletivos foram temas debatidos na ocasião. Segundo Manoel Simão, secretário de Assalariados Rurais da Fetag-PI, ainda existem muitas pessoas que trabalham avulsamente, sem registro e reconhecimento. Para que se evite esse tipo de comportamento, o dirigente sindical está sendo capacitado para orientar e atuar em defesa dos trabalhadores. “A capacitação está sendo feita para que no município do trabalhador, o dirigente possa atuar em defesa de boas condições de trabalho para este, tais como, salário de qualidade, transporte, educação e saúde. São pessoas que precisam muito de apoio, e a finalidade é oferecer toda ajuda que estiver ao nosso alcance”, diz o secretário.
Apoiando a causa, a Setre estará juntamente com o movimento sindical, discutindo a realidade do trabalhador assalariado, a geração de emprego e renda e a questão da qualificação profissional com o objetivo de traçar estratégias para avançar na questão coletiva do Estado, na melhoria do trabalho, na democratização e garantir condições dignas de trabalho para os assalariados rurais.
Para a assessora de Assalariados Rurais, Adriana Cavalcante, a participação da Setre é fundamental para que se possa mudar a realidade dos trabalhadores. “Além de pontuar sobre as condições de trabalho e sobre a necessidade de um plano estadual de qualificação profissional, discutiremos ações para ampliar a oferta de trabalho e renda. Nesse sentido, a secretaria é uma peça indispensável”, acrescenta a assessora.
Jurandi Silva, trabalhador rural e sindicalista, conta como o Seminário contribui para essa classe de assalariados. “Um momento como esse vem ajudar a esclarecer questões de trabalho para nós, assalariados rurais, evitando que saiamos trabalhando aleatoriamente sem as devidas providências que precisam ser tomadas antes, como assinatura da carteira de trabalho, alojamento e alimentação e consequentemente evitando a exploração”, diz.
Concomitantemente ao seminário, na quarta-feira, a equipe do Marco Zero, uma ação da Setre, que tem como finalidade captar vagas, cadastrar o trabalhador rural e fazer a intermediação de acordo com a demanda do mercado, participava da Reunião Extraordinária do Fórum de Combate ao Trabalho Escravo, encontro que acontece mensalmente e é formado por órgãos públicos e representantes da sociedade civil. Na reunião, o Marco Zero apresentou a nova coordenadora do Projeto, Márcia Monteiro, e procurou articular diretrizes do trabalho que será realizado pelos próximos meses.
Além da intermediação, a equipe está procurando novos parceiros para ampliar o plano de trabalho realizado pelo projeto e soluções para problemas que encontram no dia a dia de trabalho. Para a secretária de Trabalho, Larissa Maia, o projeto vem trazendo bons resultados. “A mão de obra rural no Piauí surgiu na atual gestão Wilson Martins e o Marco Zero, além de ter um grande alcance social, se mostra de suma importância para essa classe de trabalhadores, pois, além de fazer a intermediação de mão de obra, evita o contratador ilegal, o chamado gato, figura essa que precisa ser eliminada para que se evite o aliciamento dos trabalhadores rurais”, diz.
Participavam do Fórum, representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da Superintendência Regional do Trabalho, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), da Secretaria de Educação (Seduc) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).