Trabalhadores das empresas do setor energético do Piauí iniciaram uma paralisação programada para continuar pelas próximas 72h. Servidores da Chesf e Eletrobrás Piauí cruzaram os braços em protesto contra a possibilidade de privatização das empresas.
A paralisação no Piauí acontece alinhada ao movimento nacional dos servidores do setor energético. A Eletrobrás Distribuição Piauí disse por meio de sua assessoria que não irá se pronunciar.
No Piauí, a paralisação acontece nas sedes da Eletrobras em Teresina, Parnaíba e Corrente, e da Chesf em Teresina, São João do Piauí e Guadalupe. De acordo com Paulo Sampaio, presidente do Sindicato dos Urbanitários, os serviços essenciais das empresas serão mantidos e 50% dos funcionários estarão trabalhando.
De acordo com o Sindicato dos Urbanitários, o atendimento ao cliente, feito em postos de atendimento presencial, deve ficar mais lento por conta da paralisação. As equipes do serviço de manutenção da rede elétrica serão reduzidas em 50%. "Se houver necessidade de serem colocadas equipes extras, vamos negociar com a empresa para que a população não saia prejudicada", disse Paulo Sampaio.
“Esta é uma greve nacional de advertência. Nossas pautas são nacionais, contra a privatização do setor elétrico nacional e pedindo Fora Wilson Pinto, presidente da Eletrobras”, disse Paulo Sampaio. Os trabalhadores também reivindicam um aumento salarial maior do que o proposto pelo Governo Federal, que de acordo com o presidente do Sindicato dos Urbanitários, foi de 1,18%.
“Queremos a sociedade do nosso lado. Defendemos uma tarifa de energia elétrica justa, pois além de servidores somos consumidores. A energia é um bem público, é uma luta de toda a sociedade”, disse Paulo Sampaio.
Privatização suspensa
Uma decisão da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro determinou a suspensão do processo de venda de cinco distribuidoras de energia elétrica da Eletrobras, entre elas da Companhia Energética do Piauí (Cepisa). A informação foi divulgada pela companhia na última terça-feira (5). Advocacia-Geral da União (AGU) e a estatal Eletrobras recorreram ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região para derrubar decisão.
As distribuidoras devem apresentar no prazo de 90 dias um estudo sobre os impactos da privatização nos contratos de trabalho. A decisão é da juíza Raquel de Oliveira Maciel. A decisão envolve a Amazonas Distribuidora de Energia S.A. (Amazonas Energia), as Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), a Companhia Energética de Alagoas (Ceal) e a Companhia Energética do Piauí (Cepisa).