Publicada em 29 de Março de 2016 �s 15h24
Estudantes e professores prestigiaram, na manhã da última segunda-feira (28), o início da Semana de Psicologia e Medicina, no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi). A mesa redonda de abertura teve como tema “A Política Nacional de Saúde Mental e seus Desafios”, para discutir as políticas de atenção às pessoas acometidas por transtornos mentais. Entre os convidados estavam os professores Emanuel Lima e Thaís Almeida, Maria Rosa e Marina Leite, gerente municipal de atenção psicossocial da Fundação Hospitalar de Teresina (FMS).
A Lei nº 10.2016, sancionada em 2000, dispõe sobre as políticas públicas para pessoas portadoras de transtornos mentais e determina que, dentre esses direitos está o de “ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade”. A internação deverá ser usada apenas quando os recursos extra-hospitalares forem insuficientes na assistência em saúde mental.
“Queremos discutir a lei que visa a mudança na forma de tratamento de pessoas que precisam de atenção psicossocial. A proposição central da lei é que estudantes e profissionais da saúde compreendam a importância do tratamento humanizado, dentro de um contexto social. Os pacientes não devem ser isolados, necessitam estar em convívio social”, afirmou Jakonilson Vieira, estudante de psicologia e membro da comissão organizadora.
Integrando a programação do evento foi realizada nesta terça-feira, 29, uma mesa-redonda sobre “Álcool e outras drogas”, com a participação dos psicólogos Ricardo Cruz, da Estratégia Saúde da Família, Larine Pinto, do Centro de Atenção Psicossocial, Álcool e Drogas (Caps AD), Danúbia Pires, da Comunidade Terapêutica Fazenda Paz e Rita Lisboa, da ONG “O Amor é a resposta”.
Durante a conversa com estudantes, a psicóloga Larine Pinto disse que são necessários mais investimentos nas estruturas de assistência em saúde mental. “As pessoas chegam no Caps AD, e nós avaliamos as necessidades dos sujeitos. Depois fazemos a elaboração de plano terapêutico para atender às especificidades do tratamento, que varia de acordo com necessidades de cada indivíduo. Mas, para todos, nós oferecemos um atendimento multiprofissional de assistência de saúde, com médicos, psicólogos, assistentes sociais. Há também cursos profissionalizantes em parceira com várias instituições”, explicou.
A Semana Científica de Psicologia e Medicina segue até próximo dia 2 de abril. Como encerramento será realizada uma caminhada na avenida Frei Serafim, no sábado, com a participação de estudantes, professores e usuários dos serviços de atenção psicossocial, em apoio à efetiva implantação da Lei Antimanicomial (10.2016/00), como é conhecida. O evento terá apresentações culturais e intervenções artística de usuários dos Centro de Atenção Psicossocial.