Dois dias após a divulgação de uma pesquisa de uma ONG mexicana que coloca Teresina como 30ª cidade mais violenta do mundo, a secretaria de segurança pública do Piauí afirmou nesta quarta-feira (27) que o levantamento apresenta “uma série de falhas”. Dentre eles, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que não seria de 42,64, mas sim de 38.
O delegado João Marcelo, coordenador do Núcleo de Estatísticas da SSP-PI, afirma que reconhece os dados publicados pela pesquisa, mas diz que existem falhas ao se propor a fazer um ranking mundial entre cidades com aspectos sociais diferentes.
“A pesquisa levou em consideração apenas os municípios com mais de 300 mil habitantes. Quando se propõe ranquear cidades levando em consideração a taxa de homicídios, não se pode desprezar uma determinada faixa de população. Outra questão discutida nacionalmente é o tipo de crime que eles isolaram pra divulgar os números. A pesquisa aponta que Teresina teve 360 homicídios. Na verdade foram 360 CLVI (Crimes Violentos Letais Intencionais) o que engloba latrocínio, estupro seguido de morte, lesão corporal seguida de morte. Homicídios em Teresina foram 311, o que daria uma taxa de 38 homicídios por 100 mil habitantes, não 42 como é colocado pela ONG”, explicou.
Caso a pesquisa levasse em conta os números apontados pela SSP-PI, Teresina sairia da 30ª posição e iria para a 38ª, entre as cidades mais violentas do mundo.
Segurança melhorou, diz secretário
O secretário Fábio Abreu disse que as demais secretarias de segurança citadas pela pesquisa também questionam a metodologia da pesquisa e que os números divulgados pela SSP-PI correspondem com a realidade. Para ele, mesmo que a pesquisa estivesse correta, Teresina estaria melhorando seus índices em relação ao levantamento feito pela mesma ONG em 2014.
“Em 2014 a capital piauiense era a 20ª no mundo e 6ª no país, segundo essa pesquisa mexicana. Agora, Teresina chega ao 30º lugar e 12º no Brasil. Levando em consideração o que foi divulgado é preciso ressaltar que conseguimos avançar no combate à criminalidade e esse é o nosso objetivo. Trabalhar de forma integrada e tirar nossa capital desse ranking e de qualquer outro. Teremos um parâmetro ainda melhor de avaliação que será o Anuário Estatístico Brasileiro com metodologia iigual para todas as cidades do país”, declarou.