Publicada em 29 de Outubro de 2015 �s 11h41
Mesmo aderindo ao pacto federativo para tratamento e contenção da tuberculose, 73 municípios do Piauí deixaram de informar à Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) dados sobre a doença. 70,4% dos casos de tuberculose notificados em 2014 não tiveram o tratamento concluído ou não foram registradas as conclusões no Sistema de Informação (Sinan), que faz o monitoramento desses índices.
Como consequência, apenas 7,9% dos casos de tuberculose notificados no estado têm registro de cura, segundo os últimos indicadores publicados pelo Ministério da Saúde. “Isso traz para a população piauiense um alerta, tendo em vista que a tuberculose tem transmissão de pessoa a pessoa. O indivíduo com a doença consegue infectar mais de 15 pessoas, se essas tiverem com imunidade baixa ou predisposição à doença. Esta, com certeza, irá adoecer”, alerta a supervisora de Tuberculose da Secretaria da Saúde, Ivone Venâncio.
Segundo a supervisora, os municípios e os governos Estadual e Federal firmaram pactuação aderindo ao Programa da Qualidade de Acesso às Ações de Vigilância e Saúde (PQAVS) e ao Programa da Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) como parte da política de descentralização da saúde.
Esses dois programas trabalham indicadores da tuberculose que contemplam essa realidade tendo em vista que a tuberculose é um agravo crônico, transmissível e com a cura em 6 meses. Portanto, um tratamento longo. O que se observa, no entanto, é que a cura está aquém do que fora pactuado entre os entes federados: que é de 85%.
“Fizemos uma nota técnica para tornar público a importância do fechamento dos casos de tuberculose. E alertamos que o não fechamento resulta para o município o bloqueio de recursos. Os indicadores da tuberculose devem ser vistos o mais rápido possível, tendo em vista que o ano epidemiológico encerra nesta sexta-feira (30), o ano de 2014”, disse a técnica da Sesapi.
O Piauí encontra-se em 22ª posição em número de casos novos dos 27 estados da federação e 9º lugar no Nordeste, segundo indicadores do PMAQ-AB. No ano passado, dos 224 municípios que aderiram aos programas, 90% perderam recursos e outros foram bloqueados por falta de informações sobre os agravos de notificação compulsória que indica que a população está sob risco e pode representar ameaças à saúde e precisam ser detectadas e controladas ainda em seus estágios iniciais.