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A denúncia da Procuradoria-Geral da República usou como base as evidências colhidas pela Polícia Federal ao longo da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.
A PGR, no entanto, organizou de forma diversa os grupos de investigados. Também concluiu que houve outros dois crimes, além dos já apontados pelos investigadores. Alterou, ainda, o número de alvos do procedimento.
Pelas regras penais, a PGR não está obrigada a seguir as conclusões da PF. Na prática, pode ampliar ou diminuir o rol de crimes, entender que foram configurados outros delitos, concluir de forma diferente sobre a contribuição de cada um dos denunciados para os atos ilícitos.
O procurador-geral Paulo Gustavo Gonet Branco deixou claro, no entanto, que o trabalho dos investigadores foi usado na elaboração do documento.
"Aproveito o ensejo para externar o reconhecimento do excepcional trabalho de investigação realizado pela Polícia Federal. Em lances argutos e por meios eficazes, a Polícia Federal celeremente conseguiu desvendar fatos que surpreendem e abismam, com notável percuciência técnica e inteligência investigativa. O extenso relatório produzido é de louvável minúcia; nele há exata indicação de fontes, provas e indícios altiloquentes; nessas evidências baseia-se também a denúncia", afirmou.