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Ronnie Lessa disse que havia tentado matar Marielle três meses antes, aponta Élcio em delação.

Publicada em 24 de Julho de 2023 �s 14h16


 Em delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, apontado como motorista do carro usado no atentado contra Marielle Franco e preso desde 2019, relata que houve uma tentativa frustrada de matar a vereadora ainda em 2017.

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Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018. O autor dos disparos foi o ex-policial reformado Ronnie Lessa -- também preso desde 2019.

À Polícia Federal e ao MPRJ, Élcio afirmou que Ronnie disse ter tentado cometer o crime meses antes, no final de 2017.


Segundo Élcio, os dois estavam juntos na virada do ano de 2017 para 2018, quando Ronnie, alcoolizado, começou a desabafar e contou que semanas antes ele havia tentado "pegar a mulher que estavam monitorando há alguns meses".

Na ocasião, Ronnie disse a Élcio que estava acompanhado pelo ex-bombeiro Maxwell Corrêa, o "Suel", preso nesta segunda-feira (24), e por Edmilson, identificado como "Macalé" -- também policial militar, ele foi morto à tiros em 2021.

Ainda de acordo com o relatado por Élcio na delação, Ronnie contou que a tentativa foi frustrada, porque na hora do cometimento do crime, Maxwell disse que o carro "deu problema" e "falhou".

"Contudo, Ronnie acreditava que Maxwell refugou, porque havia ficado com medo de continuar", diz a delação.
Ronnie narrou, ainda, que nesse dia em que os três -- ele, Maxwell e Edmilson -- foram atrás da "mulher monitorada", ela estava em um táxi, próximo ao bairro Estácio. Na ocasião, Maxwell estava como motorista, Ronnie com uma submetralhadora MP5 no banco de carona e Edmilson com um fuzil AK47 no banco de trás, "para segurar o trânsito se houvesse necessidade", conforme o delatado por Élcio.


A delação de Élcio

No depoimento, já homologado pela Justiça, Élcio confessou aos investigadores que dirigiu o carro Cobalt prata usado na noite do atentado contra Marielle. Ele também afirmou que foi Ronnie quem fez os disparos com uma submetralhadora.

Quando Ronnie foi preso ao lado de Élcio, em 2019, a Polícia Civil e o MPRJ ele já havia sido apontado como o autor dos tiros. Os dois serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas a sessão ainda não foi marcada.

Na delação, Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele.

Suel foi preso nesta segunda-feira (24) na primeira fase da Operação Élpis, a primeira desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios.

Em 2021, Suel já havia sido condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações.

Relembre o crime
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março de 2018, em uma rua do bairro Estácio, Zona Central do Rio de Janeiro.

No momento do crime, por volta das 21h, um Cobalt prata emparelhou com o carro da vereadora. Trezes disparos foram feitos. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson levou pelo menos três tiros nas costas. Os criminosos fugiram imediatamente, sem levar nada.

Tags: Ronnie Lessa disse - Em delação premiada

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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