Jogador Rômulo
Uma lesão no ligamento do joelho direito, em setembro do ano passado, interrompeu a melhor fase da carreira do volante Rômulo. Presença constante nas convocações do então técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, e destaque do Spartak de Moscou, com direito a exibição de gala contra o Barcelona no Camp Nou, são alguns dos exemplos que ilustram o momento vivido pelo jogador, de 22 anos, naquela altura.
Com muita dedicação, algo que sempre foi visto em seu estilo de jogo desde a época em que despontou no Vasco, Rômulo está perto da recuperação total de sua cirurgia. Apesar de só disputar uma partida oficial na próxima temporada europeia e não ter chances de ser convocado para a Copa das Confederações, o volante mantém viva as esperanças de ser chamado para a Copa do Mundo de 2014.
Imagem: webJogador Rômulo
Em uma entrevista exclusiva ao LANCE!Net, o jogador falou um pouco também sobre sua rápida adaptação ao futebol russo, seus concorrentes por uma vaga no meio de campo da Seleção e do atual momento difícil enfrentado pelo Vasco dentro e fora de campo.
Como está a reta final da recuperação da sua cirurgia no ligamento do joelho direito?
A recuperação está muito boa. Agora estou mais na preparação da parte física e técnica. Senti um pouco o joelho, o que é normal, já que após um longo período ele vem sofrendo os impactos das atividades. Espero poder fazer aquilo que mais gosto, que é jogar futebol, o quanto antes. saiba mais Piauiense Rômulo faz fisioterapia e se recupera da lesão no joelho Vasco vende Rômulo ao Spartak Moscou por R$ 20,7 milhões Piauiense Rômulo gera o interesse de times da Europa Leia mais sobre Jogador Rômulo
Você vinha em alta na época em que se machucou. O que passou pela sua cabeça no momento em que aconteceu o lance de sua lesão?
No momento, você nem sente muito a dor. Passa sim o desespero por ficar muito tempo parado e isso faz com que a dor em si da contusão seja reduzida. Na hora me deu um sentimento de frustração, já que nunca me machuquei de maneira grave e fiquei tanto tempo parado.
Entre o turbilhão de preocupações que devem ter passado na sua cabeça naquele momento, o de perder a sequência que você estava tendo na seleção foi o que te deixou mais apreensivo?
Acho que foi um somatório. Primeiro por não poder atuar durante muito tempo. E, claro, o fato de não ir para a Seleção, já que por um longo tempo inativo não seria chamado. Naquele momento, vinha com uma boa sequência e vivendo um bom momento na carreira. Isso pesou muito na hora. Felizmente o pior já passou.
Qual a importância de fazer uma parte da sua recuperação no Brasil?
Desde o momento em que tive a lesão, eu passei ao pessoal do Spartak que gostaria de fazer uma parte da recuperação no Brasil. A parte da fisoterapía no país é muito desenvolvida e o clube entendeu e permitiu. Além disso, meu empresário (Carlos Leite) conhece o pessoal do Corinthians e sabia da estrutura que o clube possuia. Ele entrou em contato com os dirigentes, que aceitaram em me ajudar na minha recuperação.
Sua adaptação ao futebol russo foi muito rápida. Qual o principal fator para a sua regularidade no Spartak mesmo com pouco tempo de Europa?
O elenco, quando cheguei, possuia três brasileiros: o Wellinton (hoje no Grêmio), o Rafael Carioca, que jogou comigo no Vasco, e o Ari, um atacante que é de Fortaleza, além do fisoterapeuta. Essa presença de brasileiros foi importante no primeiro momento.
O clima é o principal obstáculo no processo de adaptação?
O clima é o fator principal para a adaptação. No entanto, a parte pior do frio, que começou em dezembro, já passou. Tanto é que o calendário daqui foi modificado. Mas têm partidas que você atua com temperatuas negativas que são mais complicadas. Acabei me acostumando.
Qual foi sua primeira impressão do futebol russo? Mesmo sendo um mercado com boa visibilidade atualmente, algum aspecto te surpreendeu positivamente?
O Campeonato Russo vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos. Quando cheguei não esperava encontrar uma competição tão disputada. É um futebol de muita força e que prioriza, principalmente, a parte tática. Acredito que é um mercado que só tende a crescer devido ao investimento cada vez maior feito pelos principais clubes.
Você falou no alto investimento feito pelos russos. Além disso, o país será sede da Copa do Mundo de 2018. Por isso tudo, dá para dizer que algum clube russo terá condições de lutar pelo título da Liga dos Campeões em breve?
Acredito é um projeto a médio prazo. Existe hoje grandes jogadores atuando por aqui, como o Eto"o. Creio que em um futuro próximo os clubes russos podem chegar com força em fases mais decisivas da Liga dos Campeões.
Creio que você tenha ambição de no futuro atuar em um centro de maior visibilidade na Europa. Mas o fato de a Copa de 2018 ser disputada na Rússia fará com que sua estadia por ai se prolongue mesmo com uma boa proposta?
Vai depender muito do meu rendimento aqui, do meu momento. A cidades já estão se preparando para receber a Copa, com obras de infraestrutura e até novos estádios. Tenho o sonho de atuar em um grande clube europeu, mas se tiver a oportunidade de prolongar minha estadia aqui vou analisar bem e ver o que é melhor na minha carreira.
Nesse seu bom início no Spartak, uma partida acho que acabou sendo muito simbólica para você. Mesmo perdendo para o Barcelona no Camp Nou, você se destacou e fez um gol. Foi sua partida mais marcante na carreira?
Foi uma das mais marcantes, sem dúvida. Era a minha primeira Liga dos Campeões e vivíamos um bom momento. O meu gol acabou virando o placar a nosso favor, e por isso tem um valor destacado. Talvez o gol marcado contra a Coréia do Sul (nas Olimpíadas de Londres) seja o mais importante da minha carreira, já que era uma semifinal e o Brasil estava pressionado na partida.
Até sua contusão seu nome era certo nas listas do Mano Menezes. Hoje a Seleção é comandada pelo Felipão. Como você avalia essa mudança? Teme que tenha perdido espaço pelo fato de não poder atuar no momento?
Acho que independente de treinador, primeiramente preciso estar fazendo um bom trabalho no Spartak. A mudança não vai mudar a minha maneira de trabalhar. O Felipão é um cara muito coerente e sempre chama aqueles que estão em um bom momento. Cabe a mim me esforçar para reconquistar meu espaço. Me destacando, certamente serei lembrado por ele.
Quem você analisa como seus concorrentes por uma vaga na lista da Copa do Mundo?
É uma posição que o Felipão está bem servido. O Ralf, Lucas Leiva, Sandro, Paulinho, Ramíres, Luiz Gustavo e outros jogadores têm condições de representar bem o Brasil. Acredito que o Felipão vai observar todo mundo e optar por aqueles que estiverem melhor. Espero estar nessa "briga" quando estiver liberado para jogar.
A sua lesão acabou sacrificando todo o seu primeiro semestre de 2013. O início da próxima temporada europeia será fundamental para que você tenha oportunidades e consiga figurar na lista para a Copa de 2014?
A Copa das Confederações está bem em cima. O começo da próxima temporada já estarei, se Deus quiser, totalmente recuperado. Farei uma pré-temporada forte com o Spartak e pretendo aproveitar essa primeira parte para fazer um bom papel e que poder ter oportunidades na Seleção.
Você viveu, desde a época do Vasco, muitos desafios e jogos importantes. Na sua avaliação, o que esse período desde 2010 até agora fez com que seu jogo evoluísse?
Em relação ao Vasco, cresci muito na parte tática e isso foi importante para que eu me adaptasse mais rápido e evoluísse aqui na Rússia. A possibilidade de atuar pela Seleção também foi muito importante para o meu crescimento como jogador.
E o Vasco? Tem acompanhado esse momento delicado que o clube está passando dentro e fora de campo?
Continuo acompanhando o Vasco. Vi a final da Taça Guanabara, torci muito. O time e o clube estão passando por um momento de reformulação. Mais da metade dos jogadores do ano passado saíram e isso é complicado. Leva um tempo para que as coisas começem a dar certo.
Rômulo foi um dos destaques do título da Copa do Brasil de 2011 pelo Vasco
Em 2011 você também viveu no Vasco um momento complicado logo no início da temporada. Você vê semelhanças do atual panorama com aquela situação? Acredita que o clube ainda pode se encontrar em 2013?
Acredito que sim. Acho que a diferença entre o time de 2011 e o atual é que nós, na época, começamos muito mal e tivemos muita pressão no início. O Vasco tem tudo para dar a volta por cima e ainda conseguir fazer uma boa temporada. Creio que a diretoria fará contratações para que o elenco esteja mais fortalecido para o Campeonato Brasileiro.