O Brasil registrou um rombo nas suas contas externas (resultado de todas as trocas de serviços e do comércio do país com o resto do mundo) de US$ 6,6 bilhões em maio. Segundo o relatório divulgado na manhã desta terça-feira pelo Banco Central, o déficit na chamada conta de transações correntes chegou a US$ 40,1 bilhões neste ano: o maior já visto nos cinco primeiros meses do ano desde quando o BC passou a registrar os dados em 1947.
Resultados negativos cada vez maiores são registrados por causa da fraqueza da balança comercial brasileira. Como o país não aumenta as exportações e está cada vez mais dependentes de importações, o rombo tende a crescer. Mesmo assim, o BC manteve a previsão de que o déficit será de US$ 80 bilhões neste ano. O Banco Central faz revisões trimestrais de suas projeções.
Os investimentos recebidos pelo país no mês passado cresceram nada menos que 54% em relação ao mesmo período do ano passado. Ingressaram no Brasil US$ 6 bilhões em investimento estrangeiro direto, um capital considerado de melhor qualidade porque amplia a capacidade de produção nas fábricas.
Apesar do crescimento, o montante não foi suficiente para cobrir o rombo das contas externas. O país tem ficado cada vez mais dependente de capitais especulativos. No ano, por exemplo, os investimentos chegam apenas a US$ 25,3 bilhões: bem longe de compensar o déficit de transações correntes.
GASTOS NO EXTERIOR É RECORDE
O brasileiro tem ajudado a aprofundar esse resultado com gastos recordes em viagens ao exterior. Só no mês passado, deixaram lá fora US$ 2,3 bilhões. E nem mesmo a proximidade da Copa do Mundo animou os viajantes estrangeiros a gastar aqui no Brasil. As receitas com turismo foram de US$ 531 milhões em maio. No mesmo mês do ano passado, foram de US$ 522 milhões.