Antes de morrer, Senna autografou um mapa do circuito de San Marino exatamente no local onde momentos depois ele perderia a vida
Faltando quase um mês para completar 20 anos da morte de Ayrton Senna, a revista inglesa “F1 Racing” apresentou trechos de uma entrevista inédita com o tricampeão. A conversa do brasileiro foi concedida junto de seu companheiro de equipe, Damon Hill, ao diretor de marketing da Williams, Richard West, momentos antes da fatídica batida na curva Tamburello, em Ímola.
Imagem: Reprodução/InternetClique para ampliarAntes de morrer, Senna autografou um mapa do circuito de San Marino exatamente no local onde momentos depois ele perderia a vida Depois de um final de semana com o grave acidente de Rubens Barrichello e da morte de Roland Ratzenberger, o piloto brasileiro no auge de seus 34 anos demonstrava uma grande preocupação com a segurança da categoria. O tema foi o principal assunto abordado na entrevista e tinha como vista o próximo GP que Senna correria, em Mônaco.
— O pitlane é muito estreito e haverá muitos pilotos lá. Vai ser muito, muito perigoso. Já falamos disso hoje e estamos pensando em pedir aos responsáveis da FIA para introduzirem um limite de velocidade no pitlane – afirmou Senna, com propriedade de quem detém, até hoje, o recorde de vitórias nas famosas ruas de Monte Carlo.
Infelizmente, a morte de Ayrton em 1994 já seria o suficiente para deixar marcado na história o GP de San Marino daquela temporada como o mais trágico e triste da história da Fórmula 1. Antes do fatídico acidente na Tamburello, o maior piloto brasileiro de todos os tempos ainda presenciou o acidente do pupilo Rubens Barrichello nos treinos livres de sexta-feira e a morte do austríaco Ratzenberger no classificatório de sábado.
Um detalhe “macabro” marcou aquela entrevista com Richard West. Depois da conversa com o diretor de marketing de sua última equipe na F1, Senna autografou um exemplar do mapa do circuito de Ímola. E uma coincidência assustadora aconteceu: o brasileiro colocou sua assinatura justamente ao lado da curva Tamburello, justamente o local aonde ele veio a perder sua vida dali a algumas horas.
Por um lado, se é que existe tal lado, a morte do ídolo mundial foi boa para o esporte que ele tanto amou e praticou como poucos. Após o GP de San Marino de 1994, a FIA programou uma série de mudanças fundamentais para reduzir a ocorrência de acidentes nas temporadas seguintes: cockpit menos exposto, visando a proteção do piloto, o sistema de proteção da coluna cervical em caso de impacto, o aumento da área de escape das pistas e a padronização do sistema de resgastes e a modernização dos hospitais nos circuitos.