RIO — A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta sexta-feira com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar evitar a prisão do petista determinada por Sergio Moro com prazo para se entregar até as 17h à Polícia Federal. A ação chegou às 9h03 nas mãos do ministro Félix Fischer, relator responsável pelos processos da Lava-Jato no STJ.
Lula teve o habeas corpus negado pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, o que manteve a possibilidade de sua prisão após a condenação em segunda instância. Moro condenou o ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. O Tribunal Região Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a sentença condenatória e aumentou a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão.
A assessoria do Instituto Lula confirmou o pedido ao STJ. Em nota divulgada após a expedição do mandado de prisão, os advogados do ex-presidente alegaram que ainda há recursos pendentes no TRF-4. Por isso, o petista ainda não poderia ser preso. Para a defesa, a ordem de prisão é ilegal.
Lula decide nas próximas horas como cumprirá a ordem de prisão determinada pelo juiz. Um grupo de petistas quer que ele não se entregue e force a polícia a prendê-lo na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. Ao mesmo tempo, alguns advogados de defesa do ex-presidente defendem que ele se apresente voluntariamente à Polícia Federal nesta sexta-feira.
Lula passou a madrugada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde apoiadores fazem uma vigília desde a noite de quinta-feira.
PROTESTOS
O Movimento dos Sem Terra (MST) pretende realizar uma série de atos nesta sexta pelo país como reação ao decreto de prisão de Lula. O principal foco será o fechamento de rodovias. De acordo com um líder do movimento, o objetivo é impedir a circulação em 85 estradas.
Paralelamente, o MST mobilizou 20 ônibus para levar integrantes ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde o PT concentra a ofensiva contra a decisão do juiz Sergio Moro.
A Frente Brasil Popular, da qual o MST faz parte ao lado de outros movimentos com a CUT e UNE, convocou atos em 16 capitais. O documento de convocação tem como título: "Querem Lula? Vão ter que passar por nós antes".