A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (5), em discurso durante cerimônia de posse de novos ministros, que a nova composição do ministério dará "mais equilíbrio" à coalizão de governo.
Na última sexta-feira, Dilma anunciou uma reforma que reduziu de 39 para 31 o número de ministérios, aumentou o poder do PMDB (passou de seis para sete ministérios, incluindo o da Saúde) e diminuiu o do PT (de 13 para 9 pastas). Outros sete partidos detêm ministérios no governo Dilma: PTB, PR, PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP (um cada).
"Queremos garantir mais equilibrio à coalizão que me elegeu e deve governar comigo", afirmou Dilma na cerimônia.
O principal objetivo da reforma foi assegurar a governabilidade, com a formação de uma nova base de apoio partidário no Congresso, a fim de o governo obter maioria parlamentar, evitar as derrotas que vinha sofrendo e conseguir a aprovação das matérias de seu interesse na Câmara e no Senado.
Mais com menos
Em seu discurso, a presidente orientou os novos ministros a fazerem mais com "menos recursos".
“A principal orientação é: trabalhem ainda mais, com mais foco, com mais eficiência, buscando fazer mais com menos recursos”, afirmou. “Trabalhem juntos em cooperação, unidos para o Brasil voltar a crescer logo preservando direitos e fazendo o nosso reequilíbrio fiscal”, completou.
Economia
A presidente classificou o momento crítico na economia de "travessia necessária e desafiadora" e ressaltou que o governo está empenhado em reequilibrar as contas, reduzir a inflação e ampliar a confiança dos investidores na economia.
"Estamos em uma travessia necessária e desafiadora que requer intenso trabalho dos ministros e todos os integrantes dos ministérios, intenso trabalho ministerial para conciliar reequilíbrio fiscal e manutenção dos programas sociais", disse.
Ela listou uma série de medidas alcançadas pelo governo, apesar das dificuldades, como programas de financiamento do agronegócio e da agricultura familiar e um plano de expansão de energia elétrica.
Reforma do Estado
Em seu discurso, Dilma destacou a criação da Comissão de Reforma do Estado, que será presidida pelo ministro Nelson Barbosa (Planejamento) e integrada por Jaques Wagner (Casa Civil) e Joaquim Levy (Fazenda) para pensar de forma sistemática, a estrutura do estado sempre mais eficiente.
2018
Sem fazer referência a opositores que defendem que ela sofra impeachment, a presidente pediu, ao final do discurso, que os ministros se dediquem porque ainda restam mais três anos de administração.
"Recomendo a todos [os ministros] muita dedicação, pois temos um Brasil para governar até 2018", disse.
Mudanças
Entre as principais mudanças na Esplanada dos Ministérios estão a transferência de Jaques Wagner da Defesa para a Casa Civil; o deslocamento de Aloizio Mercadante da Casa Civil para a Educação; e a transferência de Aldo Rebelo da Ciência e Tecnologia para a Defesa.
Além disso, Miguel Rossetto deixou a extinta Secretaria-Geral para assumir o Ministério do Trabalho e Previdência Social, e Ricardo Berzoini passou a comandar a nova Secretaria de Governo, que fundiu as atribuições da Secretaria-Geral, do Gabinete de Segurança Institucional e das secretarias de Relações Institucionais e da Micro e Pequena Empresa.
Com a fusão dos ministérios de Trabalho e Previdência, Carlos Gabas, que até então era o titular da Previdência, virou secretário-especial da Previdência Social. Também tomou posse como secretário-especial do Trabalho José Feijó.
Ministros empossados
Veja abaixo os ministros que tomaram posse nesta segunda-feira no Palácio do Planalto:
- Casa Civil: Jaques Wagner (PT)
- Ciência e Tecnologia: Celso Pansera (PMDB)
- Comunicações: André Figueiredo (PDT)
- Defesa: Aldo Rebelo (PCdoB)
- Educação: Aloizio Mercadante (PT)
- Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos: Nilma Lino Gomes (sem partido)
- Portos: Helder Barbalho (PMDB)
- Saúde: Marcelo Castro (PMDB)
- Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini (PT)
- Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto (PT)
Gafe do cerimonial
Logo no início da cerimônia, Dilma corrigiu o cerimonial do Palácio do Planalto por ter errado o nome do novo Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, formado a partir de três secretarias.
A ordem das palavras foi invertida, deixando a palavra “Mulheres” ao final, e Dilma chamou a atenção. “As mulheres vão entender por que vou insistir. É Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos”, disse, sob aplausos.