Após a segunda reconstituição da morte da estudante Fernanda Lages, o delegado Paulo Nogueira, da Comissão Investigadora do Crime Organizado - Cico - explicou que a nova simulação colocou três homens na cena do crime arremessando a estudante. Os trabalhos começaram às 8h deste sábado, na obra da futura sede do Ministério Público Federal, e terminaram por volta de 12h. Além disso, o presidente do inquérito revelou que uma testemunha voltou a depor com novas informações relevantes que serão investigadas.
A pedido da polícia, a construtora fez uma mureta idêntica a que está no sexto andar do prédio, com 1m30 de altura, de onde a estudante pode ter sido jogada. A soldado do grupamento Rone - Rondas Ostensivas de Natureza Especial - usou uma roupa preta e sapato vermelho, como os de Fernanda Lages, durante as quatro simulações. "Pedimos para que ela suba na mureta e tentasse transpor o muro. Fizemos uma simulação dela voluntariamente subindo, sendo arremessada por um homem, por dois e por três homens", explicou o delegado Paulo Nogueira.
A reconstituição foi acompanhada pelos peritos do Instituto de Criminalística e da Polícia Federal, além das equipes da Polícia Civil. A policial pesa seis quilos a menos que Fernanda Lages, que tinha 73 quilos e 1,70m.
Sobre os sapatos de Fernanda, achados um distante do outro na cena do crime, Paulo Nogueira informou que vai aguarda a posição dos peritos para se posicionar.
Nas novas simulações, foi cronometrado o tempo que uma pessoa poderia levar no ombro ou nos braços a estudante, possívelmente desacordada, do térreo até o sexto andar. Um rapaz forte parou por duas vezes, mas conseguiu chegar ao topo em 10 minutos.
Também foram usados dois bonecos, um se jogando e outro sendo arremessado do sexto andar, a uma altura de 27 metros. Sobre a posição dos bonecos após as quedas, o delegado manteve sigilo. "Eu prefiro que os peritos se manifestem e não descartamos nenhuma hipótese".
Novas informações
Uma testemunha do ciclo de amizades de Fernanda procurou a polícia nos últimos dias com informações adicionais que tinha esquecido de dar em primeiro depoimento. "São informações recentes que preciso checar, que são relevantes. Alguém que sabia de alguma coisa há muito tempo e recordou um fato importante e nos procurou", confirmou o delegado.