O Brasil terá futebol em todos os estádios mesmo após a Copa do Mundo de 2014. Pelo menos é o que garantiu o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, durante participação no programa "Roda Viva", da Cultura, na noite desta segunda-feira. Trajado com um agasalho do Comitê Paraolímpico Brasileiro, da marca Nike, o político do Partido Comunista do Brasil definiu como preconceituosa a visão de quem acredita que o Brasil terá "elefantes brancos" nas regiões norte, nordeste e centro-oeste depois do mundial.
"É o típico olhar distante e preconceituoso. Olha lá para o norte. Os bandeirantes chegaram a Cuiabá e fundaram a cidade. Difícil foi fundar Cuiabá e Manaus. Difícil foi carregar as pedras para fazer um forte na beira do Rio Negro. Quantos jogos acontecem por ano em Wembley? Se mantém com casamento, eventos, com bares", analisou o ministro, que presidiu a CPI da CBF/Nike, entre 2000 e 2001.
De acordo com o ministro, receber jogos de futebol não será a única utilidade dos estádios e acredita que os grandes eventos devem justificar a construção das novas arenas.
"Grandes espetáculos vão ser realizados em todos esses estádios. Em Cuiabá, em Manaus e Natal. As 12 cidades sedes estão bem servidas. Manaus merece ter o estádio que está construindo. Esses estádios não serão só de futebol, serão arenas destinados a receber eventos", completou.
Além de defender a construção de novos estádios para a disputa da Copa do Mundo de 2014, Rebelo afirmou que o dinheiro utilizado para a realização do mundial e da Olimpíada de 2016 é completamente fiscalizado.
"Não tem nada no Brasil mais controlado e fiscalizado do que o dinheiro destinado para a Copa do Mundo e para a Olimpíada. A fiscalização é o que garante. O dinheiro público tem que ser controlado" comentou.
Rebelo também falou sobre a situação do estádio Engenhão que está interditado por conta de falhas estruturais. De acordo com o político, o estádio não pode ser crucificado já que acolheu o futebol carioca durante a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.
"Com todo o problema do Engenhão, mas justiça se faça. O Engenhão foi o estádio que acolheu os clubes do Rio de Janeiro em todas as competições. Se não tivesse, os clubes iam jogar em qual estádio?", disse.
Por último, o ministro do Esporte falou sobre o investimento feito no esporte de base e garantiu que o foco não são apenas as medalhas olímpicas.
"Nós não estamos focando apenas nas medalhas, elas são parte de um projeto. O investimento maior é no esporte educacional. Todo país que tem o êxito, valorizou o esporte na escola. Depois, eles vão encontrando seus caminhos e diferenças. Cuba tem um esporte de alto rendimento com apoio do Estado. Já os Estados Unidos com apoio mais privado. Nós estamos com projeto de fazer mais cinco mil quadras", concluiu.