Nem "saturday" (sábado) nem "live" (ao vivo). Apesar do nome, o "Saturday Night Live" nacional, com Rafinha Bastos, estreia neste domingo e deve ter 30% dos quadros gravados.
Para responder à incoerência de o "Saturday" ser exibido no domingo, o comediante fez graça e disse esperar "que os brasileiros não saibam que saturday é sábado".
O programa marca o retorno ao ar de Bastos. Ele estava afastado da TV desde outubro do ano passado, quando foi suspenso do "CQC" (Band) após fazer um comentário controvertido sobre a cantora Wanessa Camargo e o bebê que ela então esperava.
"Pode ser ingenuidade o que vou dizer, mas a culpa [de todas as polêmicas] é da imprensa, que tira minhas frases de contexto", se defendeu.
Na RedeTV!, ele promete não fugir do politicamente incorreto, mas fazer, em suas palavras, "um humor diferenciado". Porém, antes, ainda precisa conseguir convencer artistas a participar do programa, que tem tradicionalmente, a cada episódio, um convidado que se arrisca nos esquetes com a trupe fixa (de dez humoristas) e uma atração musical.
Apenas para exemplificar, nos EUA (onde o "SNL" é exibido há 37 anos), o fim da última temporada teve Mick Jagger, do Rolling Stones, e show "live" do Foo Fighters.
"Seria uma evolução se as pessoas que são alvo das piadas viessem participar do programa", afirmou Fernando Muylaert, que faz parte do elenco brasileiro do "SNL".
Por aqui, a primeira "corajosa" é a cantora Marina Lima, que confirmou participação no quadro musical do programa na última quarta. A estreia não terá um convidado atuando.
Para Rafinha, essa dificuldade reside no mau humor dos artistas nacionais. "O brasileiro se ofende muito, vide a Carolina Dieckmann que está processando o planeta."
A diretora Tininha de Paula diz que trabalhar com Bastos é como guiar "qualquer outro ator". Ele interrompe a resposta para lembrá-la, em tom jocoso, de que é o produtor-executivo -nas entrelinhas, é ele que manda.