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'Queria minha filha de volta',

'Queria minha filha de volta', diz pai de jovem que morreu após estupro.

Publicada em 18 de Junho de 2015 �s 05h46


 "A dor vai ficar pra sempre. Queria minha filha de volta, mas isso sei que não posso ter". A declaração pertence ao pai da jovem Danielly Rodrigues, 17 anos, que faleceu no dia 7 de junho, 10 dias após ter sido agredida, violentada e jogada de um penhasco na cidade de Castelo do Piauí, no Norte do estado.
Danielly morreu após ter a face esmagada e sofrer uma hemorragia interna devido às lesões sofridas no tórax e pescoço. A menina chegou a precisar de uma transfusão de sangue, fato que levou centenas de pessoas ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi).
Além da jovem, outras três garotas também foram vítimas do crime ocorrido no dia 27 de maio. Um adulto de 40 anos e quatro adolescentes com idade entre 15 e 17 anos são apontados pela Polícia Civil e Ministério Público como autores da barbárie. As quatro amigas saíram para tirar fotos no Morro do Garrote – local onde se tem uma visão panorâmica do município.

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Das três sobreviventes, uma ainda está internada Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e, segundo os médicos, não corre risco de morte. As outras duas tiveram alta e estão na casa de familiares na capital.
O pai de Danielly, que prefere não se identificar, explicou que até hoje não entende o porquê de tanta violência. A dor e saudade estão presentes nas simples tarefas do dia a dia. “Para nós está sendo muito difícil conviver sem ela porque era uma menina muito presente. A Dani nos ajudava muito”, contou.

Ainda abalada, a mãe da garota não quer falar com a imprensa. Segundo o marido, ela evita conversar sobre o assunto e até mesmo entrar no quarto de sua filha Danielly, que era o local preferido da jovem, segundo o relato do pai.

"É difícil chegar em casa e não vê-la estudando ou assistindo TV. A gente sente um vazio porque minha filha não me deu trabalho, era uma menina que não precisava mandar para ela estudar. Dani sabia de suas responsabilidades, por isso ainda é difícil entrar no quarto dela. A porta está fechada desde o dia de sua morte", afirmou o homem com olhos marejados.
Visitas ao cemitério
O crime contra as meninas comoveu todo o país. Em Castelo, uma cidade que tem uma população estimada de 18.466 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tragédia deixou marcas difíceis de serem esquecidas. Muitos que não foram ao velório e sepultamento da jovem prestam sua homenagem visitando o túmulo de Danielly.

Segundo a zeladora do cemitério Santo Expedito, Maria Otácilia, de 56 anos, a sepultura da jovem tem recebido muitas visitas nos últimos dias. "Algumas pessoas não acompanharam o velório e enterro dela e por isso vem aqui colocar flores ou acender uma vela. Outras veem mesmo por curiosidade", comentou.

Investigação e denúncia
Com base no material da polícia, o Ministério Público Estadual representou os quatro adolescentes. Todos estão no Centro de Internação Provisória (CEIP) em Teresina e foram ouvidos pela justiça no dia 11.

O prazo máximo para o processo ser concluído, e serem definidas as medidas para os jovens, é de 45 dias. Por se tratar de adolescentes, tudo corre sob segredo de justiça.





Danilelly Rodrigues morreu após 10 diaas de
internação (Foto: Reprodução/Facebook)

Caso sejam considerados culpados, eles cumprirão medida socioeducativa pelos atos infracionais equivalentes aos crimes de estupro, tentativa de homicídio e associação criminosa. O prazo máximo de internação estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é de três anos.
O promotor da comarca de Castelo do Piauí, Cesário de Oliveira, ofereceu na segunda-feira (15) denúncia criminal contra Adão José da Silva Sousa, 40 anos. Ele é acusado de estupro, homicídio com cinco qualificadoras (requintes de crueldade, motivo fútil, sem dar chance de defesa as vítimas, agravante por as vítimas serem menores e associação criminosa, incluindo feminicídio) e três tentativas de homicídio com cinco qualificadoras, associação criminosa, corrupção de menores e porte ilegal de arma.
O promotor pediu pena máxima de reclusão que somada pode chegar a 151 anos. O suspeito nega qualquer tipo de participação no crime.
Tags: 'Queria minha filha -

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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