A Penitenciária Regional de Esperantina, localizada no Norte do Estado, continua pavilhões fechados depois de ter sido interditada por conta da fuga em massa de presos registrada em outubro de 2017. Pelo menos 85 detentos escaram da unidade, que tinha capacidade para 156 presos, mas abrigava 420. Após o incidente, a Secretaria de Justiça (Sejus) admitiu a situação de crise no sistema prisional do Piauí.
A Sejus interviu na unidade cinco dias após a rebelião e anunciou um investimento de R$ 3 milhões para recuperação da estrutura da penitenciária dentro de um prazo de três meses. Quatro meses depois, vistorias realizadas no local mostram que praticamente não houve mudanças na estrutura do presídio.
Os pavilhões B, C e D permanecem isolados. As telhas e refletores quebrados durante a rebelião ainda não foram retirados. As guaritas apresentam sinais de desgaste e permanecem sem vigilância.
Segundo o Ministério Público (MP), buracos cavados por detentos no muro ao fundo da unidade no dia da fuga foram tapados com tijolos pelos próprios presos que permaneceram após a rebelião.
Atualmente, a unidade ainda abriga 103 presos no pavilhão A, eles trabalham nas hortas e na limpeza da unidade. “Nada foi feito. Questão de reforma não foi feita, o que foi feito foi pelos próprios presos”, afirmou a defensora pública Germana Melo.
O secretário de Justiça, Daniel Oliveira, explicou que as melhorias na unidade prisional fazem parte de um cronograma. “Estamos dependendo do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Nossa preocupação número um é garantir a estabilidade dos presídios. Temos um plano de modernização em andamento nos presídios do Piauí”, declarou.