Piaui em Pauta

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Quase 12 mil trabalhadores tiveram contrato de trabalho suspenso este ano no país

Publicada em 04 de Agosto de 2014 �s 08h11


 Imagem:  A crise na indústria fez crescer o número de empregados que tiveram seus contratos de trabalho suspensos, no chamado layoff. O sistema funciona como alternativa às demissões e, no período de afastamento, de até cinco meses, os salários são reduzidos e pagos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo levantamento inédito do Ministério do Trabalho, feito a pedido do GLOBO, entre janeiro e julho de 2014 foram incluídos nesse regime 11.918 trabalhadores. É o segundo maior contingente para o período da série, perdendo apenas para os sete primeiros meses de 2009, quando a crise financeira internacional atingiu em cheio o país e 20.261 empregos ficaram pendurados no layoff. Diante da falta de perspectiva de melhora nos indicadores econômicos no segundo semestre, a tendência é que o número de contratos suspensos mediante o layoff seja recorde este ano, na avaliação do ministério. Na semana passada, a GM (de São José dos Campos) e a Ford (Taubaté) comunicaram aos empregados que pretendem recorrer ao mecanismo. saiba mais Maioria confia que não ficará sem emprego, diz Datafolha Risco de demissão cai 61% em dez anos, mostra pesquisa do BC 3,2 milhões ficarão sem emprego no mundo em 2014, diz OIT Desemprego atinge 73,4 milhões de jovens no mundo, diz estudo da OIT Desemprego fica em 5,7% em março de 2013, mostra IBGE Leia mais sobre Desemprego O diretor de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly, lembrou que a situação atual não é igual a de 2009, quando os pedidos de layoff foram concentrados no primeiro semestre, com o mercado de trabalho se recuperando a partir de agosto daquele ano. O impacto da atividade econômica fraca nas fábricas tende a se intensificar. — A crise está vindo agora e o total de contratos suspensos pode superar o de 2009 — diz. De acordo com o levantamento do ministério, do total de contratos de trabalho suspensos neste ano, 10.020 são da indústria. Os subsetores que mais recorreram ao mecanismo foram fabricação de açúcar, álcool, automóveis, caminhões, ônibus e peças e acessórios para veículos. Também estão na lista as indústrias de plásticos e de aparelhos elétricos. "O QUE VAI ACONTECER?" Caio Viveiros, de 27 anos, é um dos 1,2 mil metalúrgicos que tiveram contrato suspenso pela Mercedes-Benz em julho. Ele faz a soldagem de cabines de caminhões há 12 anos na montadora, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Casado e sem filhos, ele conta os dias para que os cinco meses de layoff terminarem. — Quando fui avisado que ficaria em layoff, veio uma pergunta na minha cabeça: por que eu? Fico ansioso para terminar logo esse período e saber o que vai acontecer, se terei que procurar outro emprego. Comecei até a ler o noticiário econômico para acompanhar se as coisas vão melhorar. Vou fazer até simpatia para ver se dou jeito nessa redução de produção — diz o jovem, que entrou na empresa aos 15 anos. Agora, por recomendação da Mercedes, ele faz um curso técnico de operador industrial três vezes por semana, em um Senai instalado dentro da própria montadora. É uma forma de capacitação para outras atividades, caso ele não seja realocado no mesmo setor ou até mesmo seja dispensado. Para ajudar a pagar os salários dos trabalhadores incluídos no layoff até julho deste ano, o FAT, que é deficitário, gastou R$ 30,183 milhões, mas o dado é preliminar e deverá ficar próximo a R$ 37 milhões. Em média, eles recebem 4,2 parcelas do seguro-desemprego, com valores entre R$ 724 e R$ 1.304. O mecanismo de suspensão do contrato de trabalho é permitido por lei, mas a empresa precisa negociar a adoção do regime com o sindicato dos trabalhadores e registrar o acordo no Ministério do Trabalho. Não há garantia de estabilidade, ou seja, depois do período de afastamento, os empregados podem ser demitidos, sem direito ao seguro-desemprego, que foi antecipado. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos não chegou a acordo com a GM, sobre a suspensão dos contratos dos metalúrgicos de Taubaté. — As montadoras recebem incentivos do governo, como redução do IPI. Queremos uma contrapartida — destacou Luiz Carlos Prates, secretário-geral do Sindicato

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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