A associação da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à da presidenfe Dilma Rousseff é considerada pelo núcleo da campanha para a reeleição da presidente como receita para superar os índices de rejeição à petista na largada da campanha. A estratégia no primeiro momento da disputa será lembrar que Lula é o “proponente” do projeto de governo do qual Dilma faz parte, mas que começou em 2003, primeiro ano do governo petista.
A superexposição do ex-presidente junto de Dilma atenderá ao cerne da campanha, que será tratar os três mandatos do partido de forma não dissociada. A ordem é evitar comparações entre o governo de Dilma e Lula e focar na comparação do governo petista com o governo tucano que o antecedeu.
Para isso, Lula tem se preparado para enfrentar uma maratona de exposição. Alguns petistas chegam a dizer que ele terá uma agenda de campanha até mais intensa do que a de Dilma.
Com o discurso de “ajudar o PT” a retomar sua tradição política e de fortalecer as alianças, Lula percorrerá municípios do interior. As aparições ao lado de Dilma devem ser priorizadas nas capitais e nas cidades com mais de 500 mil habitantes, as quais a presidente deve priorizar.
Nessas aparições conjuntas, a ordem é reforçar a ideia da “convivência harmônica” entre os dois como ocorreu na Convenção Nacional do PT, na semana passada. O ex-presidente disse ser perfeitamente possível “criador e criatura” viverem em harmonia.
Nesta eleição, diferente de 2010, Lula tem tempo livre para se dedicar intensamente à campanha. Em 2010, enquanto Dilma percorria o país, Lula só podia se dedicar à campanha à noite e nos finais de semana. A situação nesta campanha se inverteu. As restrições são para Dilma, que está em pleno exercício do cargo.
De acordo com membros do PT mais próximos à campanha, a previsão é de que a presidente participe de dois ou três comícios nos finais de semana e tenha de quatro a cinco atividades de segunda a sexta-feira, após as 18 horas, fim do expediente.
Rede
Embora a campanha não tenha começado oficialmente, nas redes sociais, a página do PT e de Dilma têm se dedicado à publicação de posts que remetem à unidade entre os dois. “O que a gente vai fazer é juntar cada vez mais. Queremos mostrar que o governo dela é um seguimento do governo de Lula”, disse Alberto Cantalice, vice-presidente do partido e encarregado de cuidar da parte de rede social do PT.
Os petistas já observaram que a cada post com Dilma e Lula, os compartilhamentos e reproduções dobram, mesmo entre o público filiado ao partido ou “simpatizante”, o grosso dos frequentadores das páginas petistas.
“Com certeza Lula é o maior cabo eleitoral deste país e tem uma grande repercussão a exposição deles de forma conjunta. É claro que ela é a protagonista, ela será o centro da campanha, mas o fato de juntar os dois tem um efeito muito grande. Tem um bom link com a rede”, disse Cantalice.