SÃO PAULO - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou na tarde desta terça-feira, que Marta Suplicy está confirmada como candidata da sigla na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2016. A eleição na cidade é tratada como prioridade no PSB. Em entrevista em Brasília, Marta afirmou que a conversa com o PSB está “adiantada” e disse que deixou o PT por se sentir “traída”.
— Está tudo certo, assim que ela se filiar já será nossa candidata oficial. Não há nenhum problema sobre isso — afirmou Siqueira.
Marta ainda não oficializou a data de filiação ao PSB, mas a entrada no novo partido deve ocorrer em junho.
A Executiva nacional do partido discute a possível fusão entre PSB e PPS em uma reunião extraordinária amanhã. Segundo Siqueira, que esteve com dirigentes do PPS em São Paulo na semana passada, o nome de Marta para a prefeitura de São Paulo já está aprovado também por eles.
A expectativa é que a fusão seja aprovada. A ideia é defendida pela ala do PSB que aprovou o apoio ao senador Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial de 2014.
Em entrevista na tarde desta terça-feira, a senadora Marta Suplicy afirmou que se sente “traída” pelo PT porque o partido abandonou, segundo ela, seus princípios éticos. A ex-petista afirmou que suas conversas com o PSB estão avançadas e que é “muito forte” a possibilidade de disputar a prefeitura de São Paulo no ano que vem. O PSB já deu sinal verde para a candidatura.
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— Tenho princípios éticos e o partido rompeu todos os princípios pelos quais foi criado. Eu não tinha mais ambiente, não tenho mais vontade de estar em um partido que me senti, de certa forma, como milhares de petistas e de pessoas que votaram no PT, traída — disse Marta, no Senado.
Embora não tenha ainda batido o martelo, a senadora afirmou que suas conversas com o PSB estão avançadas:
— Eu estou conversando com todos os partidos que me procuraram, mas tem uma frente parlamentar com a qual está mais avançado, da qual fazem parte o PSB, o PPS, o PV e o Solidariedade. E estou conversando de forma avançada com o PSB, mas ainda não está batido o martelo.
Marta afirmou que disputar a prefeitura de São Paulo no ano que vem é uma possibilidade “muito forte” e aproveitou para criticar o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), que pretende concorrer à reeleição:
—Sou paulistana, muito crítica à prefeitura que está tendo São Paulo hoje. É uma das possibilidades muito fortes.
A senadora disse não acreditar que o PT consiga seu mandato na Justiça por infidelidade partidária:
— Temos manifestação do procurador-geral da República dizendo que mandato majoritário é do mandatário, que usa a estrutura partidária, mas o voto é dado na pessoa. Fui votada por mais de 8 milhões de pessoas.
Marta afirmou que, a partir de agora, terá uma postura independente do governo Dilma Rousseff no Senado:
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- Serei independente, o que for bom... Eu saí do PT, eu levo meus valores éticos, de justiça social. Vou votar muita coisa junto e vou votar outras coisas que antes eu pensava e não podia votar.
A ex-petista disse que a última vez que conversou com o ex-presidente Lula foi no ano passado:
— Foi uma conversa pesada, muito franca de ambos os lados, e eu disse que ia procurar meu caminho. Depois disso não falei mais.