Pelo menos três trechos de rodovias federais que cortam o Piauí foram bloqueados por manifestantes na manhã desta terça-feira (10). Os protestos foram registrados nas BRs 316 e 343 nas cidades de Teresina, Amarante e Picos, as duas últimas cidades no Sul do estado. Os atos são organizados por movimentos sociais que são contra o impeachment.
A Polícia Rodoviária Federal enviou equipes para os locais. Os motoristas estão tento que enfrentar vários quilômetros de congestionamento, mas os agentes da PRF ainda têm a informação da extensão. O número de manifestantes também não foi comunicado.
Em Picos, o protesto foi organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) bem próximo ao campus da Universidade Estadual do Piauí. Os manifestantes chegaram a atear fogo em pneus e madeira para bloquear o trânsito, o que deixou alguns caminhoneiros revoltados. Policiais rodoviários conseguiram fazer um desvio para que os motoristas conseguissem passar.
Na cidade de Amarante, a mobilização ocorreu na ponte que passa sob o Rio Canindé. O protesto, que teve início às 6h30 durou três horas e contou, segundo os organizadores, com 200 pessoas do Movimento Atingidos por Barragens (MAB). Os dois sentidos da via foram bloqueados e um enorme congestionamento se formou. Segundo a PRF, o movimento foi pacífico.
Já na capital, o trecho interditado fica entre Teresina e Demerval Lobão e é organizado pela Frente Brasil Popular.
Além da FBP, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), também mobilizou vários sindicatos a saírem em passeata pelas ruas do Centro de Teresina. O protesto manteve sua concentração na Praça Rio Branco e alguns lojistas chegaram a fechar os estabelecimentos temendo invasão.
"A exemplo de uma manifestação anterior, em que a vitrine da loja chegou a ser quebrada, ficamos com medo de quem pudessem invadir novamente", disse uma gerente, que não quis se identificar.
“Essa manifestação vai continuar aqui até que o processo de impeachment seja anulado. Nós não podemos deixar que esse novo governo que quer entrar na presidência, seja legitimado. Esse mesmo governo que já se articula para substituir a presidente, antes mesmo da aprovação do Impeachment, não terá compromisso com o povo porque o projeto apresentado quer tirar todas as conquistas sociais”, falou Paulo Bezerra, presidente da CUT.
Participaram do ato público diversas entidades como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-PI), Sindicato dos Comerciários, Sindicato dos Rodoviários, Pastoral da Juventude, estudantes e Sindicato das Domésticas.